Coluna do dia

Chave-de-ouro

Em linhas gerais, o novo acordo entre Estados e União acerca das bilionárias dívidas das unidades federadas com Brasília ficou muito aquém do projetado inicialmente pelos devedores. Na prática, o credor federal deu um prazo de carência de seis meses até que a conta volte a ser paga em parcelas bem mais suaves e com percentuais crescentes. Escalonadamente. O valor cheio mensal só voltará ser depositado em favor do Planalto em junho de 2018. Neste período de dois anos, a viúva deixará de receber R$ 50 bilhões. Mas, segundo alertou o ministro Henrique Meirelles, é um valor que será cobrado mais à frente. Ou seja, os Estados estão ganhando um fôlego para saírem do atoleiro onde a maioria se meteu pelo mais absoluto descontrole com os recursos públicos, gastando bem mais do que arrecadava. Para estes, o acerto de segunda-feira não refresca muito.

Mas para Santa Catarina, que tem as contas equilibradas, ficou de bom tamanho. Junho de 2018 é uma data emblemática. É a data limite para o Centro Administrativo promover inaugurações e outras ações antes do período eleitoral. Praticamente marcará o fim da era Raimundo Colombo. O desfecho das negociações garante a Santa Catarina recursos da ordem de R$ 2,1 bilhões. Montante que pode ser convertido em obras e investimentos. Significa que o governador tem tudo para encerrar suas duas gestões com chave-de-ouro, deixando várias marcas, um legado de gestão eficiente e o Estado preparado para o futuro.

 

Perspectiva

Até junho de 2018, também se espera que a economia verde e amarela já tenha saído do vermelho, trazendo reflexos positivos à arrecadação catarinense, atualmente em queda livre.

 

Papel decisivo

A chamada Tese de Santa Catarina desencadeou todo o processo que levou ao acordo entre Estados e União  na segunda-feira. Ao conceder liminar favorável a SC, o STF abriu a brecha para a negociação. Importante registrar que, além de Raimundo Colombo, o secretário Antônio Gavazzoni (Fazenda) e o procurador João dos Passos Martins Neto desempenharam papel fundamental até o desfecho desta semana.

 

Menos um

Conforme a coluna já alertou em outras oportunidades, está cada vez mais difícil para Aécio Neves sonhar com nova candidatura presidencial. Em um cenário que lhe poderia ser amplamente favorável. Michel Temer aparece com anêmicos 2% nas pesquisas de intenção de voto. Lula da Silva vê seu patrimônio eleitoral derreter a cada nova denúncia e prisão companheira; e Marina Silva se distanciou das ruas, emprestando apoio discreto a Dilma, Lula e ao PT, um pecado que tem tudo para ser mortal.

 

Linha de tiro

É assombrosa a desenvoltura com que delatores premiados vêm citando o nome de Aécio Neves em esquemas corruptos. Seu nome saiu da boca do doleiro Alberto Yousseff, foi pronunciado pelo senador cassado Delcídio Amaral, pelo ex-deputado mensaleiro Pedro Corrêa e pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. E há quem garanta que vem  mais por aí. Se não fosse Rodrigo Janot, talvez os petardos já tivessem depenado o tucano.

 

Prioridades

Depois de levar Udo Döhler (Joinville) a uma audiência como presidente interino Michel Temer, Eduardo Pinho Moreira fez questão de visitar Gean Loureiro (Florianópolis) no Hospital de Caridade, onde o deputado convalescia de mais uma cirurgia. Evidentemente que as eleições nas duas maiores cidades são prioridade para o comando do PMDB.

 

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