Chuvas e trovoadas
Possivelmente por estarmos passando por uma semana carregada do ponto de vista climático, até um ciclone deu as caras pelo território catarinense, os pré-candidatos ao governo do estado estão interagindo menos do ponto de vista das conversações, das negociações e dos encaminhamentos com vistas às convenções homologatórias, que podem acontecer na janela de 20 de julho a 5 de agosto.
O que tem ocorrido são agendas internas. O senador Jorginho Mello, por exemplo, em Brasília, recebeu o presidente Jair Bolsonaro em evento da Frente dos Microempresários no Congresso, segmento do qual o catarinense é um dos líderes políticos mais influentes.
Esperidião Amin tem percorrido o estado, reforçando a tese de sua candidatura ao governo. Na mesma toada segue Raimundo Colombo, apesar de estar sendo severamente sabotado por lideranças do seu próprio partido. Os dois têm tricotado muito e já praticamente descartaram uma tríplice aliança envolvendo os tucanos.
Ocorre que tanto Amin como Colombo já perceberam que o PSDB estará com Moisés da Silva, que já tem o Podemos, o Avante, o Cidadania e o Republicanos, partido escolhido pelo governador.
PSD rachado
Gean Loureiro, ex-prefeito da Capital, também segue na estrada. Tem apoios consideráveis no PSD de Julio Garcia e João Rodrigues. Os dois pessedistas, contudo, não exercem grande influência sobre os prefeitos pessedistas. Que o digam Wilson Trevisan, de São Miguel do Oeste, e Dorival Borga, de Videira.
Com Colombo
Antônio Ceron, de Lages, reconhece o esforço de Moisés da Silva na liberação de recursos às prefeituras serranas. Declarou que o eleitorado estará à vontade para reconhecer o trabalho do governador.
Ele, no entanto, estará onde estiver seu partido, o PSD.
Partidão
Antídio Lunelli, pré-candidato do MDB, maior partido catarinense, segue seu projeto, conversando com lideranças dos mais variados segmentos e regiões. Trabalha sem alarde.
Frente canhota
Na esquerda, onde há oito partidos congregando, é preciso observar se haverá uma única candidatura mesmo ou se o PSB, ao perceber que ficará de fora da majoritária, vai seguir outro rumo, compondo com outra sigla ou se vai de candidatura própria.
Tudo pode
O cenário está absolutamente aberto. De um lado, seis nomes. Deverão ficar, no máximo, três candidaturas da centro-direita. Isso se tiverem juízo porque neste caso muito provavelmente daí sairão os dois finalistas do turno decisivo do pleito. Caso contrário, os canhotos, se estiverem realmente unidos, poderão sonhar com uma vaga no segundo turno.
Especulação
Muita água ainda vai rolar debaixo da ponte e as definições só vão ocorrer mesmo na undécima hora, lá em agosto. Qualquer coisa antes disso atende pelo nome de balão de ensaio, especulação, açodamento ou falta de noção política mesmo.
Carmen e o Cidadania
A deputada federal Carmen Zanotto, atuante e competente, segue filiada ao Cidadania. Mantém boa relação com os dirigentes da legenda no âmbito estadual e federal. De forma madura e transparente, ela comunicou aos seus correligionários que trabalhará para o senador Jorginho Mello (PL), que será candidato a governador, e para o empresário e ex-secretário Nacional da Pesca, Jorge Seif (PL), o nome de Jair Bolsonaro ao Senado em Santa Catarina. Nestes dois casos, ela não seguirá a orientação partidária. Por se tratar de um quadro dos mais qualificados, o comando do Cidadania não deve fazer qualquer óbice em relação à atuação da parlamentar catarinense durante a campanha eleitoral. Em Santa Catarina, o Cidadania tem atuado em sintonia com Moisés da Silva. O partido estará com o governador na disputa eleitoral.