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CNA entrega ao Governo propostas para o próximo Plano Agrícola e Pecuário 2023/2024

FAESC apoia iniciativa da CNA que pede R$ 403,8 bilhões em recursos para o Plano Agrícola e Pecuário para 2023/2024

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, entregou, na quinta (27), ao ministro da Agricultura Carlos Fávaro o documento com as propostas da entidade para contribuir com a elaboração do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2023/2024.

O material traz 10 pontos considerados prioritários para o próximo Plano Safra, focados no aumento e garantia de recursos, redução e equalização dos juros, aumento do limite de renda para enquadramento nas linhas de crédito, maior volume para subvenção ao seguro e prioridade para investimentos, principalmente para pequenos e médios produtores, entre outros.

O documento foi construído em conjunto com as Federações de agricultura e pecuária, sindicatos rurais, produtores e entidades setoriais em encontros realizados com representantes das cinco regiões do País.

Segundo Martins, o documento mostra as necessidades dos produtores das cinco regiões do país. “A CNA defende e busca o melhor para o produtor rural e a agropecuária brasileira”, afirmou.

O vice-presidente de finanças da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo, observou que os recursos do crédito rural são indispensáveis para o preparo da safra 2023/2024. “O essencial é que os recursos sejam no volume necessário e que estejam liberados nas agências bancárias em tempo hábil e sem burocracia para a compra dos insumos e o cultivo das lavouras”, recomendou. Lembrou que as exportações do agronegócio brasileiro geram superávit superior a 100 bilhões de dólares na balança comercial. “Portanto, o sucesso da agricultura representa o sucesso da economia brasileira”, assinalou.

Das 10 prioridades, um dos pontos defendidos pela CNA é a garantia de que o volume total de recursos do PAP esteja disponível durante toda a safra, sem interrupções e com liberação previsível. A Confederação também solicita R$ 25 bilhões no orçamento para subvenção às operações oficiais de crédito sob a forma de equalização de taxas de juros dos financiamentos.

Também no documento, a Confederação propõe a redução das taxas de juros dos financiamentos, em valores condizentes com a atividade agropecuária. Para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), a CNA pede R$ 2 bilhões para este ano e R$ 3 bilhões para 2024.

Outra proposta trata do aumento do limite de renda bruta agropecuária para enquadramento dos produtores em programas de crédito rural como Pronaf (agricultor familiar e pequenos produtores) e Pronamp (médios produtores).

A CNA também quer prioridade nos recursos para investimentos para pequenos e médios produtores (Pronaf e Pronamp), construção de armazéns (PCA), irrigação (Proirriga), incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais (Inovagro) e Programa ABC+.

No conjunto de propostas também estão a utilização de parte da exigibilidade de recursos dos depósitos à vista em subvenção aos Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagros); e o aumento do limite de financiamento de custeio para todos os enquadramentos, por conta da elevação dos custos de produção.

Outros pontos são: regulamentação do Fundo de Catástrofe (Lei Complementar nº 137/2010) e fomento a linhas de crédito públicas ou privadas para promover a agricultura regenerativa.

Levando em conta todas as demandas levantadas pelos produtores, o volume de recursos necessários para o PAP 2023/2024 é de R$ 403,88 bilhões em operações de crédito rural, dos quais R$ 290,7 bilhões para custeio/comercialização e R$ 113,09 bilhões para investimentos.

“Vivemos um momento de custos altos e queda dos principais produtos agropecuários e os produtores terão dificuldades na próxima safra. Por isso queremos priorizar os recursos para o custeio, mas também os investimentos prioritários. Tudo isso com juros compatíveis e recursos para garantir equalização e seguro rural”, ressaltou o vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da entidade, José Mário Schreiner.

Por sua vez, o ministro Carlos Fávaro disse que o Plano Safra deve ser anunciado no primeiro semestre e destacou a importância da proposta da CNA como balizamento para o governo. “A CNA é a legítima representante de todos os produtores rurais brasileiros e tem capilaridade, mostrando as particularidades regionais para que juntos tenhamos um Plano Safra mais moderno”.

Também estiveram na reunião com o ministro os vice-presidentes Mário Borba e Gedeão Pereira, o diretor-geral do Senar Daniel Carrara e o diretor técnico Bruno Lucchi.

Abaixo os dez pontos:

  1. Garantir que os recursos anunciados no Plano Agrícola e Pecuário estejam disponíveis ao longo de toda a safra, sem interrupções e de forma previsível para que os produtores;
  2. Disponibilizar R$ 25 bilhões ao orçamento para subvenção às Operações de Crédito Rural do Plano Agrícola e Pecuário 2023/2024, sob a forma de equalização de taxas de juros dos financiamentos;
  3. Garantir redução nas Taxas de Juros das operações de Crédito Rural, disponibilizando valores condizentes com a atividade agropecuária;
  4. Garantir orçamento de R$ 2,0 bilhões para a subvenção ao prêmio de seguro rural em 2023 e R$ 3,0 bilhões para 2024;
  5. Aumentar o limite de Renda Bruta Agropecuária para enquadramento dos produtores nos programas de crédito rural (Pronaf, Pronamp e Demais);
  6. Priorizar recursos para as finalidades de investimento, especialmente para pequenos e médios produtores (Pronaf e Pronamp), e para os programas para construção de armazéns (PCA), irrigação (Proirriga), investimentos necessários à incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais (Inovagro) e o Programa ABC+;
  7. Possibilitar a utilização de parte da exigibilidade de recursos dos depósitos à vista em subvenção aos Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagros);
  8. Aumentar limite de financiamento de custeio para todos os enquadramentos. A elevação dos custos de produção fez com que os limites atuais de crédito não atendessem os produtores, os forçando a contratar créditos de fontes mais caras para suprir a demanda;
  9. Regulamentar a Lei Complementar 137/2010 que criou o Fundo de Catástrofe;
  10. Fomentar linhas de crédito públicas ou privadas para promover a agricultura regenerativa.