Definitivamente, a bancada estadual do MDB não quer saber dos deputados Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa. O primeiro estava se ensaiando, com o apoio do segundo, para colocar o bloco na rua e disputar a presidência estadual do partido.
O ensaio nem bem começou e os outros sete deputados da legenda na Alesc já lançaram o nome do novato Fernando Krelling para presidir a seção estadual do MDB. Claramente, o grupo está empurrando Cobalchini e Sopelsa para fora das hostes emedebistas.
Os dois já nem participam mais das reuniões da bancada. Dá pra dizer que, literalmente, o MDB tem sete deputados na Alesc.
O problema é sair do partido. “Se não tiver janela, eles ficam com meu mandato”, resumiu Sopelsa. Ou seja, os dois estão marginalizados na sigla e sem perspectiva de migrar para novo endereço.
Renovação
O apoio da bancada a Fernando Krelling é emblemático. Jovem e no primeiro mandato, ele representa a renovação no MDB. Sua ascensão também fortaleceria internamente seu padrinho, o prefeito de Joinville, Udo Döhler. Por consequência, a movimentação enfraquece Eduardo Moreira e Dário Berger.
Origem
Sem falar que Krelling é da terra de Luiz Henrique da Silveira, duas vezes governador e falecido no exercício do mandato de senador.
Resta saber se Cobalchini manterá sua pré-candidatura à presidência do MDB. Depois dessa, dificilmente. Outros dois pré-candidatos são os deputados federais Carlos Chiodini e Celso Maldaner. Dário Berger anda quieto, mas é óbvio que mira o comando partidário embora não tenha e nunca teve perfil de construtor de partido.
De saída
Gelson Merisio está de saída do PSD. Segundo interlocutores, a decisão foi tomada depois que o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, editou resolução determinando que não haverá convenção nos Estados onde a sigla ficou menor.
Foi a forma que encontraram para defenestrar Merisio do comando e do próprio partido.
PP ou PSDB
Ele já identificou o cenário e avalia os convites e pode assinar ficha no PP ou no PSDB. Sem mandato depois de ter disputado o segundo turno ao governo, o ex-deputado pode migrar de legenda a qualquer tempo.
A dúvida gira em torno dos aliados de Merisio que têm mandato. Como o deputado estadual Kennedy Nunes. Vinculado ao ainda presidente do PSD, o parlamentar quer sair da legenda. Mas não poderá bater asas se não houver a janela para trocas partidárias sem o risco de eleitos perderem os mandatos. Ninguém vai se arriscar a deixar seus endereços atuais sem a abertura da janela.
Assim não dá
Deputado estadual Vicente Caropreso está cobrando uma definição sobre o futuro do PSDB, leia-se troca de comando na presidência e a renovação da executiva e do diretório estadual. O parlamentar está incomodado com o ambiente de indefinição. Ele teve uma conversa franca sobre essa situação com o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, hoje uma das maiores lideranças do partido no Estado.
Com Doria
A partir da movimentação de Caropreso, ficou estabelecido que no dia 2 de abril os tucanos mais emplumados de Santa Catarina vão discutir os rumos do PSDB-SC com o governador de São Paulo, João Doria. Segundo Caropreso, não dá para esperar a convenção de agosto.