Colombo admite não renunciar
Corria solta a entrevista coletiva de Raimundo Colombo, ontem de manhã, no Palácio Residencial, recheada de assuntos administrativos, quando o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira (PMDB) anunciou que precisava se retirar para uma consulta odontológica. Nesse instante, o governador foi questionado se renunciaria em 2018, abrindo caminho para a posse do próprio Moreira, que poderia então sonhar mais concretamente com uma candidatura à reeleição, liderando o PMDB.
O vice retirou-se rapidamente, preferiu não ouvir a resposta de Raimundo Colombo. O líder lageano foi taxativo: admitiu que pode não renunciar e completar o mandato sem candidatar-se a absolutamente nada.
Ele ressalvou, contudo, que “gostaria” de fazer este movimento (renunciar) e candidatar-se ao Senado em 2018. Mas evidentemente que essa costura está complicada devido às dificuldades de relacionamento entre PSD e PMDB; do projeto do presidente da Alesc, Gelson Merísio (pré-candidato a governador e que quer distância máxima do Manda Brasa) e da liderança do deputado federal Mauro Mariani, que desponta como pré-candidato do PMDB ao governo do Estado.
Folha
Raimundo Colombo, embora tenha citado que considera que em 2016 a crise vai ser pior para a sociedade, assegurou que os salários do funcionalismo serão pagos em dia e sem a necessidade de parcelamentos, a exemplo do que fazem RS e PR.
Meta ousada
Segundo governador, a meta é diminuir o percentual da folha de pagamento dos atuais 49% em relação às receitas (limite máximo estabelecido pela LRF) para 46% (limite prudencial) até o final do ano.
Aperto geral
Colombo também avisou que vai sentar com cada secretário de Estado para definir os novos patamares orçamentários exequíveis neste ano. Haverá cortes em todos os segmentos. Sobre os contratos, o governador, além de salientar que o Centro Administrativo está revisando inúmeros, também confirmou que não aplicará o índice inflacionário (de quase 11% em 2015) para reajustar os mesmos.
Clima quente
Na segunda-feira (25), ocorreu a primeira sessão administrativa de 2016 no Tribunal de Contas do Estado (TCE). E o clima não poderia ser pior, gerado pela inconformidade de auditores e dos integrantes do Ministério Público junto ao TCE. A turma está, literalmente, “tocando o terror”. Com a temperatura fervendo e o clima sendo o pior possível, durante a sessão, o conselheiro Dado Cherem avisou que não vai assumir a presidência, conforme acordo estabelecido ano passado, quando assumiu o atual comandante, Roberto Herbst, o Betinho.
Eu, não
Neste contexto de fervura, o primeiro vice-presidente, Adircélio de Moraes, também avisou hoje que não quer saber de assumir a presidência. Ou seja, Betinho terá que continuar na função! Algumas mudanças que passaram a vigorar hoje no TCE e estão causando furor: auditores não podem mais sentar no pleno do tribunal; o presidente deixa de votar somente quando há empate nas votações, o chamado voto de minerva; e toda a distribuição dos processos está sendo revista.
Só os simples
Os processos mais simples, que são a maioria, vão necessariamente para análise dos auditores do TCE (que, obviamente, se sentem desvalorizados). Já os mais complexos passam a ser exclusivos dos conselheiros. A Associação Nacional dos Ministérios Públicos junto aos Tribunais de Contas está contestando as mudanças aprovadas pela Alesc no Supremo Tribunal Federal (STF).