O ex-governador Raimundo Colombo criticou a decisão do Senado de adiar para o próximo dia 22, uma semana depois do prazo previsto, a votação do segundo turno da reforma da Previdência desde que haja a garantia do governo de que os recursos do pré-sal serão divididos entre estados e municípios. Em palestra de mais de uma hora e meia, na Loja Maçônica Histórica Credibilidade, em Florianópolis, nesta quarta-feira (9), Colombo afirmou que essa demora é um sinal ruim para a sociedade.
“Nós tínhamos que ter aproveitado essa lua de mel de dez meses do novo governo e fazer um pacote de mudanças estruturais, profundas. A gente queimou esse capital e estamos fazendo uma coisa parcial”, lamentou. “Se você não incluir estados e municípios a reforma não vai dar certo. No caso de Santa Catarina, isso já foi feito com a reforma da Previdência, formulada com a participação de todos os Poderes e aprovada pelo governo na Assembleia Legislativa, em 2015, por isso estamos quatro anos na frente dos outros estados”.
Colombo defendeu uma ampla reforma Política. “O modelo politico morreu, apodreceu, nós não temos chance. Somos vítimas de uma coisa malfeita. Com a proliferação de partidos é impossível dar certo”, advertiu. “A gente já deu um passo gigantesco com a proibição das coligações nas eleições proporcionais e a cláusula de barreira. Agora, é preciso implantar o voto distrital, porque exige dos candidatos uma relação mais próxima com os eleitores”. O ex-governador disse que o Brasil poderia seguir o exemplo da Itália que reduziu em um terço o número de representantes no Senado e na Câmara, se reconectando com a sociedade.
Coordenador nacional da Fundação Espaço Democrático do PSD, Colombo observou que é preciso cuidar muito do desenvolvimento econômico do estado e lembrou que hoje faz cinco anos que a BMW se instalou em Araquari e, amanhã, completam-se seis anos da inauguração da fábrica de tratores sul-coreana LS Mtron em Garuva. “Santa Catarina não pode perder essa relação internacional para manter as exportações para o exterior e atrair empresas, com uma visão desenvolvimentista”, salientou. Colombo destacou, ainda, os esforços que foram feitos pelo governo, durante seu mandato, para ampliar as exportações de carne suína para os mercados do Japão, Coreia do Sul e China, recuperando o agronegócio catarinense.
O ex-governador recordou também o pacto feito pelo governo com o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas do Estado, depois de cancelado o contrato com a empresa que fazia a restauração da Ponte Hercílio Luz, para a contratação sem licitação do grupo português Teixeira Duarte para a conclusão das obra
Logo após encerrar a palestra, o Grão Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina, Rubens Franz (foto), entregou um certificado ao ex-governador Raimundo Colombo.