O fato mais relevante na reta final para o fechamento das alianças políticas em Santa Catarina foi a entrada de Raimundo Colombo (PSD) no circuito. O governador abraçou, literalmente, a campanha de Angela Amin (PP). Percebendo o quadro complicadíssimo, no qual os progressistas não queriam Rodolfo Pinto da Luz de vice, tampouco a coligação proporcional com o PSD, o pessedista decidiu entrar em ação. Ao fim e ao cabo, o PP acabou aceitando as duas condicionantes e os partidos estão juntos na disputa em Florianópolis. Diminui o “prejuízo” de Angela em relação à Gean Loureiro, que atraiu nada menos do que 15 partidos.
A explicação para a resistência do PP a coligar na proporcional é simples. Nesta equação, os progressistas devem fazer um ou dois vereadores. Já o PSD pode chegar a quatro cadeiras, pois tem mais candidatos e nomes mais bem posicionados no cenário. De qualquer forma, Raimundo Colombo e Cesar Souza Junior entraram de cabeça na campanha.
Governista
Angela agora é candidata do governo. Até porque, o filho dela, hoje deputado João Amin, foi eleito vice com atual alcaide. As posições partidárias foram invertidas com os novos nomes. Quanto a Gean, é candidato de oposição. Já Angela Albino (PCdoB) corre por fora, assim como o professor Elson Pereira (PSOL). E Murilo Flores acabou ficando sozinho. A esta altura, nem o apoio do governador poderá contar.
Joinville
No maior colégio eleitoral de Santa Catarina, a disputa tende a ser muito acirrada. Dois ex-prefeitos (Marco Tebaldi e Carlito Merss); o atual prefeito (Udo Döhler), um deputado estadual (Darci de Matos, que já foi candidato a prefeito) e um líder comunitário (Doutor Xuxo) estão no páreo. Qualquer um, com menos chance para o PT, pode chegar ao segundo turno. Udo tem boas probabilidades de ir para o turno final, pois tem a máquina na mão.
Polarização
Em Blumenau, o pleito está praticamente polarizado. O PT lançou candidato desconhecido, projetando uma nova disputa entre o atual mandatário, Napoleão Bernardes, e o deputado (que já foi candidato em 2012) Jean Kuhlmann.
Itajaí
A esperada estadualização do pleito na cidade portuária não ocorreu. Paulo Bornhausen e Décio Lima estão fora do páreo. Significa que a eleição está aberta. Jandir Bellini é o grande cabo eleitoral e vai tentar eleger o novato João Paulo Tavares Bastos. A tucana Anna Carolina firmou um grande arco de alianças e pode aparecer como fato novo. O ex-prefeito Volnei Morastoni, agora no PMDB, também tem chances de retornar.
Lages
Na maior cidade do Planalto Serrano, o pleito também tende a ser polarizado entre o empresário Roberto Amaral (PSDB), que conseguiu surpreender conquistando o apoio do PMDB, que indica o vice, e do PPS. O grande rival deve ser o ex-deputado Antônio Ceron, que vem com o PP de vice. Marcius Machado, vereador popular, sai como azarão, mas não pode ser desprezado.
Bons olhos
O fato é que em Lages os dois principais candidatos são bem vistos por Raimundo Colombo. Evidentemente ele vai apoiar o candidato do seu partido, que é Ceron. Mas se der Amaral, Colombo receberá bem. Até pouco tempo, o tucano era diretor-geral do Ciasc, além de ser amigo de longa data do governador.