Raimundo Colombo encarou a imprensa na manhã desta segunda-feira, durante evento da SC Gás na Capital. Subindo o tom, o que é raro no perfil do governador, negou enfaticamente qualquer irregularidade nas contas de campanha e até achou graça da associação feita pelo delator Ricardo Saud, envolvendo a Casan.
“É uma empresa de carne, boi, frango, enfim proteína animal. Não cabe tratar da Casan com uma empresa assim. E qualquer avanço em relação à Casan seria na Bolsa de Valores de São Paulo”, afirmou ele.
Colombo também contextualizou a situação de Saud (diretor da holding que controla o conglomerado dos Batista): “Sob pressão, o delator vende até a mãe”, cravou, invocando a memória de seus 40 anos de vida pública. “Não há nenhuma prova, é uma irresponsabilidade absurda”, acrescentou o mandatário e coroou com o que pensa sobre o delator. “É injusto que um vagabundo desses se expresse dessa maneira”. Segundo o governador, as doações foram absolutamente dentro da lei eleitoral, “que precisa mudar para evitar estes constrangimentos”.
Pito
Raimundo Colombo também passou um pito nos jornalistas que o abordaram. “Eles repassaram a 1.780 candidatos, inclusive os meus concorrentes. É só olhar os meus concorrentes e vocês também vão encontrar alguma coisa da Odebrecht. E vocês não estão dizendo isso”.
Frase do ano em SC
“É injusto que um vagabundo desses se expresse dessa maneira”. Raimundo Colombo sobre o delator Ricardo Saud, da holding J&F.
Baixa
Antônio Gavazzoni não é mais secretário de Estado da Fazenda, cargo em que atuava, de forma destacada, desde 2013. Ele divulgou nota à imprensa ontem, onde ressaltou conquistas do governo em relação a outros Estados em meio à maior crise econômica da história do país. A iniciativa de deixar o governo foi sua, embora o governador tenha formulado apelos para que permanecesse. Mas ao final, Raimundo Colombo compreendeu, assim como o deputado Gelson Merísio. Detalhe: Ele está abrindo mão do foro privilegiado, decisão que nenhum citado por delatores sequer cogita neste momento. E vai dedicar-se pessoalmente à própria defesa, pois é advogado.
Abalo
Na semana passada, vieram à tona as delações premiadas da JBS. Em um trecho, o diretor da holding J&F, que controla o conglomerado, Ricardo Saud, afirmou que a empresa pagou R$ 10 milhões em propina para a campanha de Colombo em 2014. A moeda de troca seria facilitar a venda da Casan para o grupo. Na mesma linha de Michel Temer (sábado) e Raimundo Colombo (segunda), Gavazzoni desceu a borduna na turma da JBS. Para ele, não passam de “criminosos confessos”.
Novo titular
Técnico da Fazenda que se aposentou este ano, Almir Gorges, que foi secretário-adjunto de Antônio Gavazzoni por mais de três anos, é o novo titular da pasta. É uma solução de continuidade. Gorges também tem excelente trânsito entre os servidores fazendários. E tem fama de competente.
Bloqueou
Juiz Hélio do Valle Pereira, da Vara da Fazenda Pública da Capital, determinou o bloqueio dos bens do ex-prefeito Cesar Souza Junior, hoje secretário de Assuntos Estratégicos do governo catarinense, da empresa de informática Result e de um dos sócios da companhia. No total, estão bloqueados mais de R$ 8 milhões, divididos entre os três. Foi o último despacho do magistrado antes de ser promovido a desembargador do TJ.
Turismo, esporte e cultura
Os fatos remontam aos anos de 2011 e 2012, quando Cesar Junior era secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura. Mesmo com o governo do Estado já tendo adquirido um programa da Result, a SOL decidiu que precisaria adptá-lo, em um negócio que custou R$ 1.870,000,00. Quando comprou o programa, que foi aberto para uso de todos os órgãos do Executivo Estadual, a Secretaria de Estado da Administração havia pago pouco mais de R$ 1.975.000,00.