A gestão de Eron Giordani à frente do PSD catarinense não começou muito bem. Logo de cara, contabiliza uma defecção importante a partir do desembarque do prefeito reeleito de Videira, Dorival Carlos Borga. Ele está à frente de uma das principais cidades do Meio-Oeste.
Importante rememorar que, em abril do ano passado, o prefeito de São Miguel do Oeste, Wilson Trevisan, bateu em retirada das fileiras pessedistas.
Borga e Trevisan respaldaram, em 2022, a candidatura de Moisés da Silva à reeleição. O videirense permaneceu na sigla, embora discordando da condução partidária. Tanto no âmbito nacional quanto no contexto estadual.
O que motivou seu desembarque das hostes da social democracia? Várias situações. Destaque, no entanto, para a condução restrita, fechada, da cúpula estadual da legenda.
Clubinho
Estamos falando de um prefeito que era integrante da Executiva estadual do PSD. Colegiado, aliás, que em momento algum foi convocado para deliberações. Nem mesmo em 2022, quando os mandas-chuvas pessedistas decidiram apoiar a candidatura de Gean Loureiro (União Brasil) ao governo. Encaminhamento que ficou sob a responsabilidade de um pequeno grupo de cardeais do PSD-SC.
Estica e puxa
Borga lembra que uma reunião com os prefeitos chegou a ser marcada, em maio do ano passado, no período pré-eleitoral. A agenda simplesmente foi cancelada, sem melhores explicações. Ficaram todos sem vez e sem voz.
Goela-abaixo
Os alcaides do PSD Barriga-Verde foram olimpicamente ignorados a respeito da decisão de respaldar Gean em vez de Moisés no ano santo e eleitoral de 2022.
Repeteco
Semana passada novamente uma reunião com mandatários municipais foi chamada e, adivinhem, restou desmarcada outra vez. De novo, sem qualquer satisfação aos eleitos!
Ah tá
Dias depois, Eron Giordani foi empossado na proa do PSD em substituição a Milton Hobus. Sob a ótica do prefeito de Videira, foi a gota d´água. Ele percebeu que os prefeitos não tem qualquer voz na direção da legenda. Borga revela, ainda, que há muitos outros líderes insatisfeitos nas fileiras pessedistas. O mando partidário permanece restrito a uma cúpula diminuta.
Quinteto
Dorival Borga faz ressalvas em torno de cinco nomes do partido: o próprio Hobus, Raimundo Colombo, Nelson Serpa, Darci de Matos e Ismael dos Santos. Excluindo estes, ele não vê o partido ouvindo as bases.
Fisiologismo medular
Sobre Gilberto Kassab, o sentimento do alcaide do Meio-Oeste é de que se trata de um grande oportunista.
Vassalo do STF
Outro desapontamento de Dorival Borga: a reeleição de Rodrigo Pacheco à presidência do Senado (e do Congresso, por consequência).
Desunião
A realidade do PSD deste 2023 é “cada um cuidando do seu assado”, pontua o prefeito que, por ora, ficará sem partido. Os caciques pessedistas que abram o olho. De quatro deputados estaduais na legislatura passada, a sigla agora caiu para apenas três cadeiras na Alesc. Entre os federais, eram três os pessedistas em Brasília. Sobraram dois. É um partido que definha a olhos vistos em Santa Catarina.
Incógnita
Eron Giordani assumiu o comando da legenda justamente com a missão de fortalecer o PSD a partir da eleição de prefeitos e vereadores em 2024. O dirigente começou a caminhada recebendo esta ducha de água gelada.
Descoberto
Outro ponto. O PSD ainda não foi convidado para participar do governo Jorginho Mello. O partido, na verdade, está no sereno a esta altura do campeonato.