Lula da Silva na berlinda
As investigações da Operação Lava Jato desembocaram também no Instituto Lula, criado pelo ex-presidente em 2011. Documentos apreendidos pelos investigadores mostram que empreiteira Camargo Corrêa “doou” R$ 3 milhões para a entidade. Outros R$ 1,5 milhão foram gentilmente repassados para a LILS Palestras Eventos e Publicidade, empresa de propriedade do ex-metalúrgico. Tudo no período de 2011 a 2013.
Foi a primeira ligação entre as investigações sobre a roubalheira na Petrobrás e o ex-presidente da República. Por ora, a companhia petrolífera já admitiu prejuízo de R$ 6 bilhões. As suspeitas indicam que as duas empresas de Lula da Silva serviriam, na verdade, para esquentar dinheiro do esquema. A conferir a sequência das investigações e os desdobramentos da descoberta.
O assunto bombou na mídia nacional ontem de manhã. À tarde, arrefeceu, de forma estranha. Mas é fato que se Lula escorregar para o centro do furacão chamado Operação Lava Jato, o futuro do PT torna-se frágil. Ele não só foi o fundador do partido como também transformou-se em uma lenda, notadamente entre as classes mais populares. Sua capitulação seria um desastre para a legenda que controla, extremamente desgastada a partir do escândalo do mensalão, em 2005, sucedido por vários outros. O da vez é o chamado petrolão, onde finalmente o ex-presidente aparece vinculado de forma documental. A turma do abafa, ao que parece, já entrou em campo.
Conexões
Em Santa Catarina, Lula da Silva sempre foi extremamente identificado com a futura assessora da presidência da OEA, Ideli Salvatti, e com o ex-marido dela, Eurides Mescolotto. Este foi o primeiro candidato do PT a governador de SC, em 1982. Os dois vieram de São Paulo e se estabeleceram em Santa Catarina. Mescolotto foi o último presidente do Besc e comandou a Eletrosul por sete anos, até abril.
Panorama
Em São Bento do Sul, o prefeito Fernando Turek deve buscar a reeleição pelo PMDB. Já no PP, maior adversário, há dois nomes: Magno Bolmann, que já foi prefeito e não conseguiu se reeleger em 2012, pode voltar. Outro nome progressista pode ser o do vereador Márcio Drevek, parente distante do deputado Silvio Dreveck. Já o PSD tende a lançar o nome de Antônio Tomazini.
DNA
Magno Bollmann vem a ser irmão de Frank Bollmann, empresário e que já foi prefeito de São Bento. Já Fernando Turek é filho do ex-deputado e também ex-prefeito Genésio Turek.
Saída salomônica
Dalírio Beber não quer, de jeito algum, assumir a presidência do PSDB catarinense. Sabe que leva pelo menos um ano para pegar embocadura no Senado, onde assumiu há menos de 30 dias. O senador vai insistir até o fim em uma saída salomônica: fazer Paulo Bauer aceitar a divisão do mandato com Marcos Vieira. O deputado aceita este encaminhamento enquanto o senador tucano resiste.
Uma coisa é uma coisa
Ex-deputado Antônio Ceron assumiu ontem a presidência interina do PSD catarinense. Gelson Merísio se licenciou para dedicar-se à presidência da Alesc. Ceron vai procurar os presidentes de partidos para projetar alianças em 2016, mas com o PMDB a conversa será maior: o pessedista vai lembrar a Valdir Cobalchini que os dois partidos assumiram o compromisso de governar o Estado, independentemente das composições eleitorais futuras. O Centro Administrativo está preocupado com a governabilidade.
Tiro no pé
Com a acomodação de Djalma Berger na presidência da Eletrosul, com Cláudio Vignatti e Jailson Lima da Silva em duas diretorias, o senador Dário Berger pode estar dando um belo tiro no pé. Principalmente se Paulo Afonso Vieira for degolado para a chegada do trio. Pensando em 2018, Berger jamais poderá prescindir da força do ex-governador nas hostes peemedebistas.