A marca de Luiz Henrique da Silveira
Durante o velório de Luiz Henrique da Silveira, houve quem o comparasse a Nereu Ramos e a Jorge Lacerda, dois dos maiores políticos da história catarinense. Talvez não seja para tanto, mas LHS, sem sombra de dúvidas, foi o maior líder político dos últimos 30 anos em Santa Catarina. Além de ter sido o primeiro governador reeleito da história, ele foi ministro, presidente nacional do PMDB, um dos fundadores do partido, prefeito três vezes, conquistou cinco mandatos de deputado federal, um de estadual e fazia um mandato brilhante no Senado.
Sua influência e habilidade política fez com que todas as grandes decisões estaduais nos últimos treze anos passassem por suas mãos. Situação que, em termos históricos, o coloca um degrau acima de Jorge Konder Bornhausen (duas vezes ministro, dois mandatos de senador e um de governador indicado) e Esperidião Amin, que no fim dos anos 1970 surgiu como a grande novidade no cenário Barriga-Verde. Trata-se de um grande feito de Luiz Henrique. JKB também era muito habilidoso e tinha grande influência no contexto federal. E Amin sempre carregou a marca da extrema inteligência e também da honradez.
Governabilidade
A morte de Luiz Henrique coloca um grande ponto de interrogação sobre a governabilidade do Estado daqui em diante. O ex-senador era o pilar que segurava os ânimos no PMDB. Mas a julgar pelas primeiras manifestações tanto de Raimundo Colombo quanto de Eduardo Moreira, a tendência é de reaproximação e entendimento entre os dois.
Sensível
Atenções voltadas especialmente também à bancada do PMDB na Assembleia daqui pra frente. Os deputados impuseram derrotas ao governador com LHS em vida. Agora, qualquer movimento brusco pode ganhar uma dimensão maior do que a real.
No comando
Aldo Schneider, que representa o Alto Vale na Alesc, está na presidência da Casa até o dia 15, quando Gelson Merísio volta dos EUA. Leonel Pavan acompanha o presidente. Aldo é hoje um dos deputados mais respeitados na Alesc.
Estratégia
A reaproximação entre Colombo e Pinho Moreira interessa aos dois. O vice deve ficar com boa parte do espólio de lideranças ligadas a Luiz Henrique; a outra parte vai para a dupla Dário Berger e Mauro Mariani. Como o govenador tem dificuldades com os dois últimos, Moreira passa a ser ainda mais estratégico. E ao vice importa agora atender interesses e se transformar no grande interlocutor do PMDB junto ao governador e ao governo para se fortalecer com vistas a 2018.
Emblemático
A repentina morte de Luiz Henrique da Silveira produziu tantos fatos novos que até mesmo a presidente Dilma Rousseff foi aplaudida em solo catarinense.
Os nomes
Para 2018, o PMDB tem um trio despontando: Eduardo Moreira, Dário Berger e Mauro Mariani. Já o PSD segue com seu quinteto: Gelson Merísio, Milton Hóbus, João Paulo Kleinübing, Antônio Gavazzoni e João Rodrigues.
