Coluna do dia

Bambu e flecha

Bambu e flecha

Enganam-se redondamente aqueles que pensavam que a Operação Mensageiro, do Gaeco e Polícia Civil do Estado, iria se esgotar em poucas semanas. Ela foi deflagrada em dezembro, na primeira quinzena de 2022
Já estamos entrando em março. Há prefeito preso há quase três meses. Outros, como Joares Ponticelli e seu vice, Caio Tokarski, estão há quase um mês encarcerados. Estamos falando de cidades de importância política e administrativa, como Lages (o prefeito Antônio Ceron está cumprindo prisão domiciliar com uso de tornozeleira) e Tubarão.
As investigações agora conduzem a outras vertentes. Não é apenas na área de saneamento, focando na coleta e destinação do lixo em contratos superfaturados e fraudulentos. Pode alcançar iluminação pública e outras áreas de atuação da municipalidade.
Nos próximos dias teremos a prisão de novos prefeitos. O assunto está sendo levado às últimas consequências. O que é um alento considerando-se que no contexto nacional, o combate à corrupção foi abatido pela Organização.

Calibre

No contexto local, esse promete ser o maior escândalo da história. Podendo, ainda, alcançar outras esferas de poder, que não só as administrações municipais. Talvez por isso faça todo sentido a iniciativa do deputado Sargento Lima, do PL, que pede uma CPI na Alesc para investigar o caso.

Limpa geral

Parece que será feita uma limpeza grande em Santa Catarina. Pontue-se que o trabalho vem sendo muito bem conduzido pelo Gaeco e também na figura da desembargadora Cinthia Schaefer, a relatora da Mensageira no TJSC. Ela vem se havendo com sabedoria, equilíbrio e bom senso.

Nos autos

A Operação está se desenrolando sem estardalhaços midiáticos, sem toda aquela parafernália que caracterizou a Lava Jato, que, apesar dos equívocos, fez muito bem ao país.
Na Mensageiro, tudo ocorre da maneira mais recatada, correta, sem exposições desnecessárias.
Não se vê ninguém falando fora dos autos, nem no Judiciário, nem no Ministério Público nem na Polícia Civil.

Língua nos dentes

As delações estão contribuindo para que possamos avançar cada vez mais na responsabilização de práticas de corrupção, que precisam ser coibidas.

Nada disso

Alguns advogados de delatores quiseram até impedir que a imprensa fosse proibida de divulgar informações que estão sob segredo de Justiça, especialmente os vazamentos de informações. Valendo-se disso, os causídicos quiserem censurar toda e qualquer divulgação acerca da Mensageiro.

Censura

Tentaram, inclusive, punir um colega, Anderson Silva, da NSC, que divulgou detalhes das investigações.

Na medida

A única concessão feita pela desembargadora Cínthia Schaefer foi não permitir a divulgação dos nomes dos delatores, algo que pode colocar em risco a vida deles e até mesmo o futuro da operação. Haveria ameaças até a familiares dos envolvidos. Ela também determinou que a identificação dos delatores seja retirada de matérias já publicadas na imprensa.

Bom senso

Novamente, agiu muito bem a magistrada. O que a parte produtiva da sociedade, que é quem paga a conta, deseja é menos corrupção, menos burocracia e mais eficiência do poder público.

Justiça

Algo que não se quer neste momento é que o trabalho dos investigadores seja obstruído. Operações como a Mensageiro são necessárias e fundamentais para quem realmente deseja que haja mais justiça social neste país.

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