Foto Ricardo Wolffenbüttel / SECOM
Santa Catarina tem 149 municípios com registro de ocorrências em função das chuvas, desde o dia 4 de outubro. Até o momento, 133 municípios estão em situação de emergência e as cidades de Rio do Sul e Taió em estado de calamidade pública. O novo relatório da Defesa Civil divulgado às 18h desta terça-feira, 17, também destaca mapas de monitoramento meteorológico que apontam volumes de chuvas acima do esperado na primeira quinzena de outubro; as condições geológicas no estado, com regiões com risco muito alto para deslizamentos devido ao solo encharcado pelo acumulado de chuva; e um aviso hidrológico com previsão de inundação dos rios Uruguai e Chapecó.
As equipes do Governo do Estado seguem prestando auxílio aos atingidos. Atuam equipes municipais da Defesa Civil, com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Assistência Social e demais estruturas do Governo do Estado além de contar com o apoio de órgãos federais como a Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal. Até o momento o Governo do Estado enviou 92.324 itens de assistência humanitária para 26 municípios.
Mapa geológico aponta risco muito alto para deslizamentos em algumas regiões
As condições de chuvas volumosas e intensas entre a segunda-feira, 16 e terça-feira, 17, associadas aos acumulados elevados de chuva na última semana, trazem risco alto a muito alto para ocorrências associadas a deslizamentos, queda de blocos e fluxos de detritos.
Risco ALTO para deslizamentos: Regiões do Oeste e Meio Oeste principalmente áreas em divisa com o Rio Grande do Sul e todo litoral de Santa Catarina e parte da Grande Florianópolis.
Risco MUITO ALTO para deslizamentos: Municípios do Planalto Norte, Alto e Médio Vale do Itajaí e Planalto Sul.
Já foram registradas ocorrências de deslizamentos em todas regiões de Santa Catarina, por isso, cabe destacar que as movimentações podem se desencadear mesmo em períodos sem a presença de chuva. Devido ao solo já encharcado e a diminuição dos níveis de água, o solo busca estabilidade podendo haver movimentações tardias.
A Defesa Civil reforça para a população ficar atenta a sinais de deslizamentos de terra:
- Se há inclinação de cercas, muros, postes e árvores;
- Aparecimento de água e protuberâncias na base da encosta;
- Sons incomuns, como árvores quebrando e estalos na encosta
- Rachaduras ou fendas em encostas;
- Rachaduras novas nas paredes;
- Portas ou janelas empenarem ou emperrarem de repente;
- Muros e paredes estufadas;
- Estalos;
- Águas mais barrentas que o normal.
Aviso hidrológico
O relatório da Defesa Civil destaca ainda um aviso hidrológico de risco de inundação dos rios Uruguai e Chapecó. As chuvas ocorridas entre a segunda e esta terça-feira em toda a região Oeste de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul, fizeram com que o nível do rio Uruguai e seus afluentes aumentassem rapidamente. Essa elevação associada à previsão de chuva ao longo desta terça, traz risco muito alto para as inundações, podendo atingir os municípios de Itapiranga, Águas de Chapecó, Palmitos, São Carlos, Caibi e Mondaí.
Nas últimas 24 horas foram registrados em média acumulados de chuva superiores a 90mm nas áreas de contribuição das Bacias Hidrográficas dos Rios Uruguai e Chapecó, com pontuais que superaram isso, como em Chapecó que registrou 144mm.
Operação das barragens
Dia 17/10/2023 Leitura: 16hrs – Fonte: Régua ANA -Níveis CIDADES
- Barragem Sul (Ituporanga/SC )
- Montante: 32,11 m IBGE: 402,11 m
- Jusante: 3,20 m
- Lâmina vertedouro 1,11 m
- Comportas abertas: 0
- Comportas fechadas: 5
- Canal extravasor: Fechado.
- Lâmina d’água C.E.: 0,0 cm
- Tempo: Nublado.
- Pluviometria: 0,0 mm
- Reservatório: 111,26%
- Barragem Oeste (Taió/SC)
- Montante: 24,52 m IBGE: 363,52 m
- Jusante: m
- Lâmina vertedouro. 1,22 m
- Comportas Abertas: 0
- Comportas fechadas: 7
- Canal extravasor: Fechado.
- Lâmina d’água C.E.: 0,0cm
- Tempo: Nublado.
- Pluviometria: 0,0 mm
- Reservatório: 111,48%
- Barragem Norte (José Boiteux)
- Montante: 43,15 m – IBGE: 298,15 m
- Comportas abertas: 1
- Comportas fechadas: 1
- Tempo: Nublado.
*Pluviometria: 0,0 mm - Reservatório: 86,01 %
Nível dos rios: CIDADES- Referente às 15h
- Taió: (Sdc local 16 hrs) 8,91 m
- Ituporanga: (sdc local 16hs)1,70 m
- Rio do Sul: (Sdc local 16 hrs) 8,83 m
- Blumenau: 6,88 m (15hrs)
Situação das rodovias catarinenses
:: Acesse aqui o mapa digital da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (SIE), com a situação das rodovias estaduais em tempo real.
SC tem chuva acima da média na 1ª quinzena de outubro
A primeira quinzena de outubro/23 foi marcada pela ocorrência de chuva intensa, volumosa e frequente em SC. Foram quatro eventos de chuva, intercalados por um período de dois a três dias. O estado esteve sob influência de diversos sistemas meteorológicos, frentes frias, sistemas de baixas pressão em diversos níveis da atmosfera e fluxo de calor e umidade da região amazônica que permaneceu direcionado para o Sul do Brasil.
Os acumulados de chuva registrados até este dia 17 já superam o esperado para todo mês para todas as regiões. O destaque, até o momento, foi o Vale do Itajaí, onde já choveu três vezes mais do que o considerado normal para o mês todo (entre 350 e 450mm e pontuais acima de 500mm). No Extremo Oeste, região com menores acumulados, entre 230 e 300mm, também já superou a média climatológica. A chuva que atingiu o estado veio de forma persistente e volumosa, com temporais e tempestades severas.
Monitoramento meteorológico
Na tarde desta terça-feira, as condições para temporais isolados e chuva mais persistente foram observados no Grande Oeste, porém de maneira menos intensa do que pela manhã e madrugada anterior. Os acumulados nas últimas 24 horas estão entre 110 a 150 mm, principalmente no Oeste e Extremo-Oeste do Estado. No centro-leste de SC, tempo encoberto com chuva mais fraca, com acumulados não passando de 15mm nas últimas 6 horas. Para a noite, retornam as condições para temporais isolados em Santa Catarina, principalmente para a área entre o Grande Oeste e Planalto Norte. Do Centro ao Leste do estado, a virada do vento para o quadrante Sul, diminui a instabilidade e favorece um maior declínio das temperaturas.