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Com 69 km de terceiras-faixas entre Lages e Florianópolis, BR-282 ganha fluidez e segurança, diz Fiesc

A Federação das Indústrias (FIESC) lançou o projeto BR-282 + Segura e Eficiente, em evento virtual, nesta quarta-feira, dia 23. A iniciativa propõe um conjunto de obras, estimada em R$ 192,9 milhões, para melhorar a segurança e a fluidez do trecho que vai de Lages a Florianópolis. Entre as propostas estão a implantação de 68,9 km de faixas adicionais em locais onde ocorrem as ultrapassagens mais perigosas; readequações em interseções; relocações de sarjetas de drenagens e reforço da sinalização. 

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“. A cada dois dias ocorre um acidente grave, por vezes com mortes”, disse o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “Precisamos resolver rapidamente essa questão sob a ótica humanitária e também para  melhorar a fluidez, a competitividade e atividade turística no estado”, salientou.

“Trabalhamos intensamente pela melhoria da infraestrutura de Santa Catarina. É um fator determinante para que tenhamos mais competitividade da indústria e da economia”, acrescentou Aguiar, destacando que Santa Catarina enfrenta sérios problemas de infraestrutura, que têm impactado o custo logístico. “Compete à sociedade organizada, como está sendo feito nesta oportunidade, discutir os problemas e apresentar sugestões para que se possa mitigar os efeitos e acelerar a solução dos problemas das rodovias”, afirmou.

A ação está no âmbito do projeto Humanização das Rodovias Catarinenses, que tem o objetivo de contribuir para o planejamento e a melhoria da segurança e da fluidez do sistema rodoviário catarinense. Projetos de engenharia rodoviária mostram que duplicar o trecho da rodovia que vai de Lages a Florianópolis tem custos elevados para execução das obras, principalmente em função do relevo. Contudo, a análise da Federação sugere medidas pontuais, em trechos mais críticos, que no curto prazo podem melhorar muito a segurança e a fluidez da rodovia. Comparadas às obras de duplicação, as faixas adicionais são melhorias de baixo custo e menor impacto ambiental, mas que aumentam a qualidade do serviço ao usuário.

A análise da Federação, realizada pelo engenheiro Ricardo Saporiti, mostra que os investimentos estimados – numa etapa inicial nos segmentos prioritários, entre Santo Amaro da Imperatriz e Alfredo Wagner, cujas terceiras faixas já estão projetadas -, é de aproximadamente R$ 46 milhões. Eles reduzirão substancialmente o elevado índice de acidentes, assim como os custos operacionais aos usuários da rodovia. Numa etapa seguinte, podem ser incluídos os projetos executivos e a execução dos demais segmentos (aproximadamente 52,5 km), com investimentos estimados em R$147 milhões.

Durante a análise, identificou-se a necessidade urgente de elaborar um Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e projetos executivos do traçado da BR-282/SC entre o km 6 (interseção da Via Expressa com a BR-101/SC) e o perímetro urbano de Santo Amaro da Imperatriz. O traçado atual (região do Sul do Rio) foi improvisado na década de 1980 sobrepondo a rodovia estadual então existente.

Acidentes: Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF-SC) apontam a ocorrência média de 2,157 acidentes por dia e de uma lesão grave ou morte (no local) a cada 2 dias. Os dados são do período de 2017 a 2020 e consideram os kms 15,0 (Palhoça) a 240 (Lages).

Mario Cezar de Aguiar citou a constituição, por iniciativa da FIESC, do grupo de trabalho Rodovias Oeste SC do Futuro, que buscará soluções para os problemas de mobilidade da região.

O evento contou com a participação de diversas autoridades e representantes de órgãos públicos ligados ao transporte. A seguir, algumas das manifestações:

Thiago Augusto Vieira, Secretário de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, representando o governador Carlos Moisés da Silva, reforçou a disposição do governo do estado de assumir parte das obras. Entende que o trecho da BR 282 pode ter soluções em três modelos. O primeiro é a verificação dos trechos críticos que possam receber intervenção imediata do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), que é o gestor da rodovia. Defendeu a união de esforços de todos os segmentos da esfera pública – governos federal e estadual, bancada federal – para assegurar os recursos para as obras. A segunda linha de ação compreende a participação do governo catarinense na liberação de recursos. Já o terceiro modelo, para médio e longo prazo, é a concessão da rodovia.

Jorginho Melo, senador, lamentou os cortes no orçamento federal dos recursos previstos para as rodovias localizadas em Santa Catarina e defendeu uma articulação com o Ministério da Infraestrutura para a liberação dos recursos destinados a estradas de outros estados para as quais haja algum impedimento de liberação de recursos em 2020.

Dário Berger, senador, entende que a solução definitiva passa pela concessão e as medidas paliativas sejam a duplicação pelo próprio DNIT e execução das terceiras faixas, a solução mais imediata para os pontos críticos, conforme a proposta da FIESC.

Ronaldo Carioni, superintendente do DNIT em Santa Catarina, acredita que a duplicação seja algo para longo prazo e, também na mesma linha da proposta da FIESC, observa que a duplicação dos trechos com gargalos seja a solução no curto prazo para dar segurança e fluidez para a rodovia. Destacou a necessidade de investimentos em transporte ferroviário para atender as demandas do Oeste Catarinense.

João Amin, deputado estadual, salientou não ser contrário ao uso de recursos estaduais em rodovias federais desde que posteriormente haja a cobrança da fatura do governo central.

Esperidião Amin, senador, na linha da proposta da FIESC, defendeu a identificação de trechos prioritários. Acredita que o estado possa subsidiar o pedágio, caso o valor cobrado seja exorbitante.

Ângela Amin, deputada federal, falou da necessidade urgente da recomposição orçamentária para as obras de Santa Catarina.

André Saul do Nascimento, superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina, salientou que o estudo da FIESC contempla o mapeamento da PRF dos trechos em que há maior concentração de acidentes. Os acidentes geram custos sociais, que afetam as famílias e o estado. O investimento é compensado com a redução de óbitos e a liberação  leitos hospitalares.

Carmem Zanotto, deputada federal, destacou a importância dos investimentos na para evitar acidentes que geram óbitos ou deixam pessoas com severas sequelas.

A apresentação do estudo foi feita pelo secretário-executivo da Câmara de Transporte e Logística da FIESC, Egídio Martorano.

foto>Filipi Scotti, Fiesc, divulgação

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