Com o pé direito
O mais novo desembargador do TJSC, Alex Santore, demonstrou toda sua grandeza, toda sua altivez na sexta-feira passada, quando tomou posse depois de seis longos anos de calvário.
Em momento algum, seja no seu discurso ou em conversas reservadas durante o jantar com desembargadores, autoridades e convidados, ele tocou na questão pretérita.
O agora magistrado apenas tratou do futuro e da sua missão. Atitude extremamente elegante, demostrando que ele absorveu tudo o que o envolveu desde que foi nomeado, via Quinto Constitucional, pelo ex-governador Raimundo Colombo lá em 2017.
Embora seja de conhecimento geral, nos bastidores, que Santore foi alvo de uma grande operação política para prejudicá-lo, o desembargador não passou recibo.
Santore sempre teve uma ligação com o advogado Antônio Gavazzoni, a quem ele serviu nas Secretarias de Administração e Fazenda de Santa Catarina. Também foi próximo ao cunhado de Gavazzoni, o ex-deputado Gelson Merisio. Os três são do Oeste.
Perfil técnico
A posse de Alex Santore, contudo, não teve caráter político. Vieram a Santa Catarina desembargadores de outros estados, advogados, professores e, claro, magistrados catarinenses. Políticos só aqueles que marcaram presença no contexto institucional de representação dos poderes.
Inferno na terra
Trocando em miúdos: Alex Santore já entra com o pé direito no Tribunal de Justiça. Ele mereceu, nos últimos seis anos, firme oposição de setores políticos, mas especialmente da OAB-SC na figura de dois ex-presidentes que fizeram de tudo para inviabilizar a investidura do novo desembargador.
Cara de pau
Um deles, aliás, teve a ousadia de comparecer ao jantar de sexta-feira. O advogado não foi à posse durante a tarde porque tratava-se de um ambiente mais fechado. Geraria constrangimento em função de todo o empenho do causídico para impedir que Alex Santore chegasse à corte estadual.
Ah, tá
Já durante o ágape, o clima foi bem mais descontraído.
Justificou-se a presença indigesta sob a alegação de que estava ali, o ex-presidente da OAB-SC, como representante do Conselho Federal da Ordem.
Sanguessuga
A vereadora Manu Vieira, do Novo de Florianópolis, está viralizando na internet com um vídeo no qual aponta com clareza como funciona a velha política, a política do vinde a mim, tudo pra mim e nada para eles. Eduardo Pinho Moreira que, na prática, só conquistou duas eleições na vida, uma de prefeito de Criciúma, lá nos anos 1990; e outra para deputado federal Constituinte, se especializou em viver no vácuo de outras lideranças. E sugando ao máximo a bolsa da viúva.
Teta gorda
Foi três vezes vice-governador e cumpriu dois mandatos-tampões. Um desses durou apenas oito meses, mas o incansável Eduardo Moreira, que já avança em idade, se acha no direito de receber pensão vitalícia de R$ 37 mil mensais (a lei que previa este privilégio absurdo já foi extinta) e com valores retroativos. Ele quer nada mais nada menos do que R$ 2,65 milhões pelo período em que não recebeu.
Alto lá
No Tribunal de Justiça, uma desembargadora já tratou de colocar um freio na farra de Eduardo Moreira. A conferir os desdobramentos do processo nas cortes superiores que, a cada dia estão mais aparelhadas e politizadas.