Coluna do dia

Começa a deflagração do processo

Começa a deflagração do processo

Começa nesta sexta-feira, a sessão plenária da Câmara dos Deputados que vai aceitar, ou não, a abertura de processo de impeachment da presidente da República.

Na comissão especial, o relatório aprovado é favorável ao impedimento da petista. Depois da vitória oposicionista nesta primeira etapa, a barragem que ainda segurava Dilma Rousseff no poder estourou. Antes da comissão especial, apenas o PMDB havia desembarcado do governo e anunciado apoio maciço à degola da ex-mãe do PAC. Nos últimos três dias, pularam fora o PP, o PSD e o PTB. Mais da metade do PR também já se posiciona favoravelmente ao impeachment. E o PMDB anunciou ontem a orientação para que seus deputados votem pela abertura do processo.

O estouro da barragem levou a contabilidade dos sites de jornais e revistas a números bem próximos do mínimo necessário para que o processo seja aceito e vá ao Senado, que é de 342 votos.

Na tarde de ontem, alguns placares mostravam que estavam faltando algo entre oito e 10 votos para os 342.

 

Acima da conta

Nos bastidores do Congresso, há apostas de que pode chegar a quase 400 o número dos favoráveis à abertura do processo. O voto será nominal, aberto e televisionado para todo o país, ao vivo, pelas principais emissoras brasileiras, o que dificulta ainda mais vida do governo.

 

Estratégia

Eduardo Cunha estabeleceu a ordem de votação no domingo, quando a sessão deve se encerrar. Comerá com os deputados do Sul do país, onde a ampla maioria já se posicionou pelo impeachment. Norte e Nordeste ficam para o final, quando a pressão pelo impedimento deve ser ainda mais forte.

 

Contendo a euforia

Líderes oposicionistas ontem manifestavam preocupação com o otimismo excessivo da oposição, típico clima de já ganhou. Nunca se pode subestimar um governo que tem muito dinheiro, e quase nada de escrúpulos, para gastar.

 

Tapetão

Advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, recorreu ao STF para tentar suspender a sessão do impeachment que se inicia hoje na Câmara dos Deputados. Indicativo forte da situação desesperadora do Planalto.

 

Nas ruas

Até mesmo Lula da Silva, convertido em ministro informal de quarto de hotel, parece ter desistido de salvar sua criatura. Ele já avisou que não sairá das ruas se Dilma for afastada. E terá até 2018 para atacar e minar um possível mandato-tampão de Michel Temer. Para então ser ungido novamente candidato a presidente.

 

Irritação

Em audiência pública na Assembleia Legislativa para apresentar os números do Governo do Estado no último quadrimestre de 2015, o secretário Antonio Gavazzoni  desabafou ao ser questionado sobre a “Tese de Santa Catarina”. A irritação é atribuída aos comentários de articulistas na imprensa nacional que alegam quebradeira no sistema financeiro nacional.

 

Terrorismo

“É uma grande bobagem, diria até mesmo que é terrorismo, cogitar que o uso da Selic acumulada no cálculo da dívida dos Estados com a União vai contaminar o sistema financeiro e interferir na poupança, RDB, CDB e outras operações bancárias comuns ao dia a dia da população”, disse Gavazzoni. Em 7 de abril, o Supremo Tribunal Federal concedeu liminar ao Estado e reconheceu, em votação unânime, que a Tese de SC é plausível. Entre as consequências práticas estão a interrupção do pagamento das parcelas.

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