Blog do Prisco
Coluna do dia

Começo complicado

Os primeiros 40 dias da administração Gean Loureiro em Florianópolis estão sendo os mais difíceis da história recente na Capital. Além do atual contexto de estrangulamento financeiro que dificulta a vida de nove em cada 10 prefeitos brasileiros, o alcaide chegou determinado a promover mudanças profundas – e necessárias – na paquidérmica e perdulária máquina municipal.

O timing de Gean está correto, mas já há quem diga que ele não esperava tantas dificuldades e resistências. Queixas que foram comuns também aos seus dois últimos antecessores: Dário Berger e Cesar Souza Junior.

Em meio à guerra travada com o funcionalismo público, a maioria parada por mais da metade deste período inicial de governo, Gean está acumulando outras dores de cabeça: nomeou uma “laranja” de Palhoça para a superintendência da Floram num dia e revogou a própria decisão em outro. Ato contínuo, viu seu secretário da Casa Civil, Filipe Mello, virar réu por improbidade administrativa e o PDT, um dos aliados da campanha, formalizar que não faz mais parte do governo. Deve, automaticamente, migrar para a oposição, engrossando o coro da “turma do contra”.

 

Segue o baile

Na sexta-feira, mesmo com a tentativa de intermediação da OAB, o sindicato dos servidores municipais não compareceu à reunião com comitiva do Executivo. Resultado: a greve continua, a população está pagando caro e o Judiciário sendo solenemente ignorado, tornando-se alvo de deboche. Momento delicado.

 

De camarote

Quem assiste, de camarote,  ao começo complicado da gestão Gean Loureiro é sua adversária na eleição do ano passado e ex-prefeita Angela Amin. Se ele conseguir colocar o trem nos trilhos, sai fortalecido. Caso contrário, Angela pode aumentar seu cacife eleitoral junto ao distinto público florianopolitano.

 

Uma década

Depois de quase 10 anos “parado”, o processo de improbidade administrativa que investiga a conduta do advogado Filipe Mello “andou”. Mello tornou-se réu após três desembargadores da Quarta Câmara Criminal do TJ aceitarem, por unanimidade, recurso impetrado pelo Ministério Público, reformando a decisão de primeira instância, que era de arquivamento da denúncia.

 

Ilegalidade?

No entendimento da Promotoria, Filipe Mello teria compactuado com a ilegalidade ao deferir a homologação de uma decisão da Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura. Para o Ministério Público, Mello, que à época era secretário de Administração na Capital, na gestão do então prefeito Dário Berger, deveria ter indeferido o processo licitatório.

 

Contrato milionário

Ao chancelar a avaliação da Comissão, o secretário permitiu que um consórcio empresarial assumisse a responsabilidade pela gestão da iluminação pública de Florianópolis pelo período de cinco anos. O valor total do contrato foi estabelecido em R$ 32,7 milhões.

 

Escorchantes

O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB) usou a tribuna da Câmara para avaliar o trabalho que fez frente à Comissão de Defesa do Consumidor. “Discutimos temas importantes para a sociedade, como a telefonia, não limitar a banda larga  e, principalmente, criação de mecanismos para evitar o endividamento das famílias, já que os juros do  rotativo dos cartões de crédito são escorchantes, chegando a 485% ao ano”, avaliou. Projeto que define o teto para juros cobrados em cartões de crédito já passou no Senado e deve ser votado na Câmara ainda no primeiro semestre.

 

Repúdio

O presidente da OAB/SC, Paulo Brincas, disse que a autorização da Câmara dos Deputados para votar com urgência o projeto que veda a punição aos partidos políticos que não prestarem contas à Justiça Eleitoral ou mesmo que tenham tido as contas rejeitadas “é uma afronta aos cidadãos e merece repúdio por parte da OAB”.