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Comércio catarinense começa a recuperar fôlego em setembro

Os indicadores de confiança no mês de setembro, que funcionaram como um ‘termômetro do mercado’ após o impeachment, apontam para a recuperação do fôlego do comércio catarinense. Embora as condições do mercado de trabalho e o crédito restrito ainda sejam um entrave para retomada do consumo, as variações positivas do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) e da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) já mostram um horizonte de melhora no ambiente de negócios ainda em 2016.

O ICEC atingiu 98,5 pontos em setembro, em uma escala de 0 a 200, o que representa alta de 6,1% no mês e 15,3% no ano. Este foi o quarto mês consecutivo de alta, após apresentar o nível mais baixo da série histórica iniciada em janeiro de 2010.

Confira a pesquisa na íntegra

Os subíndices que medem as condições atuais do empresário, levando em conta o desempenho da economia, do setor e das empresas, permanecem em patamares baixos, mas vêm crescendo gradualmente (44,1 junho, 51,6 julho, 56,7 agosto e 62,3 setembro). O número subiu expressivos 30,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas ainda é o mais baixo entre os índices deste mês.

Já a expectativa do empresário mostra uma evolução consistente (129,2 junho, 138,4 julho, 140,4 agosto e 146,9 setembro). Apenas o nível de investimento das empresas e a situação dos estoques, dois quesitos que dependem da segurança no futuro da economia e da melhora nas vendas, ainda apresentam queda.

De acordo com o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, o desempenho no último mês mostra o humor do setor em relação às mudanças na gestão do país. “O aumento do desemprego, as indefinições da política econômica e o baixo volume de vendas minaram o ânimo do empresariado, mas essa situação começou a se reverter. Mas, a trajetória de alta só se sustentará se as medidas anunciadas pelo novo governo forem claras e terem perspectivas de resultados positivos dentro de um horizonte previsível”, avalia.

Cenário mais favorável

Depois de seis meses seguidos de queda, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a subir (5,1%) e atingiu 90,6 pontos. O indicador vinha caindo mês a mês desde março (Março 101,2, Abril 97,3, Maio 91,8, Junho 87, Julho 86,4, Agosto 86,2).

Leia a pesquisa completa

 

A ICF cruza dados sobre emprego, perspectiva profissional, renda, acesso ao crédito, consumo e momento para duráveis para medir a avaliação das famílias sobre a condição de vida e a propensão ao consumo.

A renda (152,2 pontos) e o emprego atual (117,2 pontos) destacam-se desde o início do ano entre os indicadores mais positivos da pesquisa. Mesmo com a deterioração do mercado de trabalho, Santa Catarina ainda tem a menor taxa de desocupação (6,7%) do país. A Perspectiva Profissional (86,2) teve alta de 8,8% no mês, depois de apresentar o menor valor da série histórica em agosto (79,2), mas ainda denota o pessimismo dos catarinenses.

“A queda dos lucros no comércio, com a desaceleração no volume de vendas, pressiona negativamente a criação de vagas formais no estado, provocando assim o aumento do desemprego e a queda na percepção das famílias quanto a sua perspectiva profissional”, explica o economista da Federação, Luciano Córdova.

Já a perspectiva de consumo está bastante comprometida e registrou em setembro o pior desempenho (39 pontos) entre os indicadores do mês, mas subiu 14,4% na comparação com agosto, a maior variação mensal.

O comportamento dos números trazem os primeiros indícios de que o pior da retração econômica pode ter ficado para trás. “Ainda é cedo para falar em crescimento, mas os dados apontam para cenários mais favoráveis em 2017. A nova orientação da política econômica sinaliza para as reformas necessárias para o Brasil voltar a crescer”, pontua o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

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