O modelo catarinense de inspeção sanitária animal é referência de qualidade e segurança. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) acompanha bovinos, aves e suínos desde o nascimento dos animais, com a devida supervisão profissional até o abate e a comercialização da carne ao consumidor final.
O presidente da Cidasc, Enori Barbieri, explica que, no caso dos bovinos, todos os animais nascidos em Santa Catarina recebem um brinco que permite a identificação e garante a rastreabilidade do rebanho. Ele lembra que para que os animais, incluindo frangos e suínos, sejam transportados em Santa Catarina é obrigatória a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que atesta a sanidade desses animais. No caso das granjas de reprodutores, a GTA deve ser emitida por um veterinário oficial.
“Quando o animal chega ao frigorífico, seja ele enquadrado no Sistema de Inspeção Municipal, Estadual ou Federal, é obrigatória a presença de um veterinário durante o abate. São feitos exames antes e depois do abate, para certificar que a carne está apta ao consumo”, afirma Enori. O trabalho nas propriedades rurais também envolve a orientação de produtores e o auxílio dos profissionais da companhia no combate a doenças.
Nos pontos de venda, a Vigilância Sanitária analisa as condições de armazenagem, embalagem, carimbo de procedência e rotulagem de todos os produtos de origem animal. E em Santa Catarina, acrescenta o presidente da Cidasc, ainda há um convênio do Ministério Público Estadual com diversos órgãos para verificar se todo esse processo está sendo devidamente cumprido. “O Ministério Público faz visitas a supermercados de cidades escolhidas aleatoriamente. O que não está de acordo com esse processo descrito é recolhido e descartado”, destaca Enori.
O presidente da Cidasc ressalta, ainda, que mesmo nos frigoríficos com o Sistema de Inspeção Federal, o acompanhamento dos animais desde o dia do nascimento até o abate é de responsabilidade da Cidasc. “Tanto que as missões internacionais que visitam Santa Catarina conhecem o modelo de inspeção estadual, mesmo importando produtos de estabelecimentos enquadrados no SIF. Santa Catarina é modelo em sanidade animal e vegetal e também na inspeção de produtos de origem animal e vegetal”, destaca.
Agronegócio em SC
Com forte tradição na pecuária, Santa Catarina é berço das principais empresas do setor de carnes do Brasil e foi também o pioneiro na integração vertical nas cadeias produtivas de aves e suínos. São 18 mil produtores integrados às agroindústrias em Santa Catarina e o setor de carnes gera quase 60 mil empregos diretos em frigoríficos e indústrias de beneficiamento.
O Estado é o maior produtor nacional de carne suína e o segundo maior de carne de frango, atendendo o mercado brasileiro e o exterior, com presença em mais de 120 países. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, lembra, inclusive, que os produtos catarinenses são reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade. “E quando buscamos certificados internacionais, que atestam a sanidade de nossos rebanhos para comercialização em mercados do exterior, estamos garantindo também a qualidade da carne consumida em Santa Catarina”, ressalta.
Avicultura
A carne de frango é o principal produto da pauta de exportações de Santa Catarina. Com 8,5 mil produtores, o setor produziu 2,1 milhões de toneladas em 2016 e, desse total, 47% foram destinadas ao mercado externo. O faturamento das exportações atingiu US$ 1,7 bilhão e a carne de frango catarinense chegou a países como Japão, Holanda, Bélgica, China, Arábia Saudita e Reino Unido.
Suinocultura
A suinocultura catarinense fechou 2016 com uma produção de 969 mil toneladas, sendo que 28,3% foi destinado à exportação e 71,7% atendeu ao mercado interno. O Estado respondeu por 38% de toda carne suína exportada pelo país e faturou US$ 555,2 milhões. Os principais destinos foram países como Rússia, China e Hong Kong.
Graças ao seu status sanitário diferenciado como único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação e, junto com o Rio Grande do Sul, zona livre de peste suína clássica com certificados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Santa Catarina tem acesso exclusivo aos mercados mais competitivos do mundo, com habilitação para exportar carne suína para Estados Unidos e Japão.
Foto: Cidasc/Arquivo