Exceção feita ao retorno de Michel Temer à cadeia, a semana foi pródiga em derrotas para o país, que chegou a acreditar que o fim da impunidade havia chegado para ficar.
O pior dos reveses sofridos é a ida Conselho de Administração Financeira (Coaf), órgão especializado na identificação de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, etc, para o guarda-chuva do Ministério da Economia.
Numa articulação que tem as digitais do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o grande líder do centrão, grupo de parlamentares fisiologistas, aprovou a retirada do Coaf do controle do Ministério da Justiça, leia-se do ministro Sérgio Moro, que pretendia, inclusive, fortalecer o Conselho.
Os nobres congressistas, reunidos em uma comissão especial para votar a reforma administrativa, fizeram a manobra. Um grande retrocesso no combate ao crime organizado.
Jogo bruto
Ao ceder ao toma-lá-dá-cá visando aprovar a Reforma da Previdência, Jair Bolsonaro resolveu entregar os aneis (aumentar o número de ministérios para acomodar apaniguados de parlamentares) e agora corre o risco de ficar inclusive sem os dedos também. O centrão está mais forte do que nunca e dando as cartas.
Indulto
Na quinta-feira, tivemos também, depois da retirada do Coaf do Ministério da Justiça, o enfraquecimento da Receita Federal. Os parlamentares colocaram obstáculos para dificultar o trabalho investigativo sobre transações suspeitas. No mesmo dia, no Supremo, ocorreu a convalidação do indulto de dezembro de 2017, da lavra de Michel Temer, que já é réu em seis processos por corrupção.
Absurdo
Além de Temer ter sido o autor do indulto, essa medida favorece os condenados por corrupção. Aquele que já cumpriu um quinto da pena, na progressão, já tem direito ao indulto. É o fim da picada. Na véspera, o mesmo Supremo capitulou, ainda, avaliando solicitações das Assembleias de Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Mato Grosso, decidiu que deputado estadual preso em flagrante delito por crime inafiançável, pode ser solto por decisão do legislativo. Portanto, a prisão determinada pela justiça pode ser revogada pelos próprios pares, colegas parlamentares. Realmente, estamos indo na contramão daquilo tudo que vinha acontecendo.
Em alta
Deputado federal Rogério Peninha Mendonça coordenou, esta semana, a primeira reunião do Fórum Parlamentar Catarinense sob sua batuta.
Reuniu-se, também, com empresários de SC em Brasília. Deu duas notícias alvissareiras, até por ser um dos deputados mais próximos do presidente da República: o estado deve ser bem contemplado num pacote de obras estruturantes e será de SC uma dos maiores apoios proporcionais à Reforma da Previdência.No mínimo 13 deputados, além dos três senadores, estão favoráveis à proposta.
Na pressão
Na medida em que avançam as negociações para que a Eletrosul seja incorporada à Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica, do Rio Grande do Sul, também crescem as pressões para evitar a saída da companhia do estado. O deputado federal Hélio Costa defendeu em plenário nesta quarta-feira (08) a manutenção da autonomia da Eletrosul. Para o parlamentar, a empresa, situada há 50 anos no Estado, deverá ser a protagonista do sistema elétrico no Sul do Brasil devido ao saldo positivo da gestão em cinco décadas.