Coluna do dia

Contagem regressiva

Nesta terça, os deputados discutirão o relatório sobre o impeachment na Comissão Especial. O relator é o emedebista Luiz Fernando Vampiro. Ontem, ele apresentou uma preliminar. Tudo indicava que seria pela aceitação da denúncia, encaminhamento que também deve vencer no contexto dos nove deputados deste colegiado. Eles têm até quinta-feira para votarem a matéria.
Assim sendo, o processo poderá ser votado no plenário da Assembleia provavelmente na próxima terça-feira. É contagem regressiva absoluta agora.
Já abordamos aqui a queda-de-braço entre Gelson Merisio e Júlio Garcia, que já foram aliados e hoje são inimigos. O primeiro pilota um batalhão que está empenhado em desalojar Moisés e Daniela do governo.
E não basta um deles, têm que ser os dois. Se for apenas o governador para a guilhotina, o freio de arrumação será acionado e os dois permanecerão no comando do estado.

Tudo ou nada
A disputa é pelo poder. Interinamente num primeiro momento e definitivamente mais adiante, pois o assunto atravessando o ano, teremos eleições indiretas no caso de cassação do governador e da vice. Modalidade na qual votariam 40 eleitores, no caso os deputados estaduais.

Tricotando
Merisio, que pilotou a Alesc por cinco anos, foi o adversário de Moisés no segundo turno de 2018, o que não impediu os dois de conversarem pessoalmente neste final de semana pela primeira vez.

Voz regional
O oestino Merisio tem recebido apelos em favor de Daniela de lideranças políticas e empresariais de Chapecó e região. Obviamente que se ela for salva, Moisés entrará no vácuo também.

Pano de fundo
Além de Gelson Merisio, outros protagonistas da política catarinense podem entrar com tudo no circuito, especialmente os senadores Esperidião Amin e Jorginho Mello. Os dois têm perspectivas majoritárias em 2022. Por isso também percebe-se o MDB dividido na Alesc. Hoje, o placar estaria 5 a 4 pelo impeachment. A maioria das lideranças estaduais não quer a cassação justamente pela influência que ela exercerá no tabuleiro da próxima eleição estadual.

Respaldo
Durante o fim de semana, Daniela Reinehr participou de uma live nas redes sociais com o deputado Eduardo Bolsonaro. O filho 03 do presidente voltou a declarar apoio à manutenção dela no poder. Aliás, Moisés da Silva só enfrenta essa situação crítica porque chutou o grande responsável por sua eleição em 2018, Jair Bolsonaro.

O processo de impeachment também está mexendo com as composições eleitorais nesta reta final de definições. Na Capital, o MDB estará contra Gean Loureiro, que saiu do partido e migrou para o DEM. À frente, o senador Dário Berger, que pode vir a apoiar Angela Amin. A deputada federal também conversa com o PSDB, preterido pelo prefeito na escolha do candidato a vice, além de PDT e PSB, considerando-se o racha nas esquerdas.

Moeda de troca
Outro aspecto. O PSL, partido de Moisés da Silva, hoje é a sigla que tem o maior fundo partidário e tempos de TV e rádio nas eleições. Os pesselistas também podem fechar com Angela Amin, negociações que tendem a se estender pelo estado, visando a preservar o mandato do governador.

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