Coluna do dia

Contagem regressiva

A Comissão Especial de nove deputados que será o primeiro colegiado a analisar o processo de impeachment contra Moisés da Silva, Daniela Reinehr e Jorge Tasca (Sec. de Administração), será formada na semana que vem.
Não é necessário invocar uma pitonisa para projetar que ali o governo será derrotado. A composição da comissão do impeachment é proporcional ao tamanho das bancadas na Casa. E as maiores bancadas da Alesc fazem oposição ao Centro Administrativo. Certamente, daqui um mês e meio aproximadamente, a peça acusatória deve ser remetida ao plenário da Assembleia. Só um milagre para o governo imaginar que já pode conseguir cinco dos nove votos para enterrar o processo nesta primeira fase.
Paralelamente, está valendo o prazo de 10 sessões para a apresentação das respectivas defesas do governador, da vice e do secretário.
Ele começa a contar a partir da sessão da próxima terça-feira, 4 de agosto. Se as contrarrazões forem apresentadas no prazo limite, estamos falando em aproximadamente um mês. Mas nada impede as defesas de se anteciparem à data fatal.

Amigos de ocasião?

Daí também é preciso observar qual será a estratégia. E se os três adotarão a mesma linha de atuação, considerando-se o rompimento entre o governador e a vice. O quadro extremo pode torna-los novamente amigos de ocasião?

Plenário

Quando o processo chegar ao plenário da Alesc, daí sim o Executivo terá que contar com pelo menos 14 deputados para evitar o afastamento preliminar de 180 dias – prazo que a Casa teria para a deliberação final da cassação ou não dos mandatos.
Já vaticinamos aqui. Se o governador e a vice forem afastados, não voltam mais. A história nos conta essa lógica de que o afastamento leva à inevitável degola definitiva.

Fieis da balança

Outro detalhe importante neste contexto é que os grupos políticos que atuam para impedir Moisés da Silva também ainda não contam com os 27 votos para selar o destino do governador, da vice e do secretário de Administração. Há deputados flutuando, observando o melhor cenário.

Articulando

Moisés da Silva entrou com força no circuito para tentar barrar a própria degola. Ele e secretários mais próximos estão fazendo contatos com deputados, dirigentes partidários e parlamentares federais que têm ascendência sobre correligionários estaduais.

Fartura

Noutra frente, o governo Moisés promove farta liberação de emendas parlamentares. Isso que estamos falando de uma gestão que até semana passada reclamava da falta de recursos para o combate à pandemia. Agora estão liberando milhões e milhões das propostas aprovadas pelos deputados aos Orçamentos de 2018 e 2019. A conta pode bater na casa de meio bilhão de Reais.

Cargos ainda não

Mesmo assim, ainda não dá pra dizer que Moisés da Silva está entrando no diapasão de outras gestões, quando era comum, além das benesses vias emendas, a distribuição de cargos estratégicos e de outras ofertas menos ortodoxas. Até aqui, não se tem notícia de que cargos e outras situações estejam sendo levadas à mesa de negociações na busca por votos para salvar o pescoço do governador.

Leitura

Candidatos naturais para a sucessão do governador em 2022, como os senadores Esperidião Amin e Jorginho Mello, a partir do momento que perceberam que o jogo que está sendo desenvolvido na Alesc pode prejudicar suas pretensões, começam a dar muito mais atenção à crise estadual. Sim, porque a degola de Moisés da Silva pode estar embutida na formação de uma nova (ou uma reedição de uma antiga) aliança, isolando os dois senadores em seus partidos e nichos. Líderes como eles começam a raciocinar até que ponto seria interessante cassar o governador.

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