O peemedebista Gean Loureiro está já no décimo mês como autoridade máxima da Capital e recebeu, no meio da tarde de terça-feira, uma péssima notícia. Florianópolis, ao lado de Macapá (Amapá) e Natal (Rio Grande do Norte) são as três capitais que extrapolaram os gastos com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no que diz respeito à folha de pessoal. As prefeituras não podem ultrapassar o limite de 50% (quando já entram na rubrica “limite prudencial”.
Mesmo assim, estas três cidades suplantaram o teto constitucional, o que é grave do ponto de vista administrativo. Ainda no caso de Florianópolis, estar na companhia de Macapá e Natal é brincadeira.
É verdade que o atual prefeito, Gean Loureiro, assumiu num verdadeiro “rabo-de-foguete.” Mas algo precisa ser feito, pode e deve ser feito para tirar a contabilidade do vermelho.
Mãos de tesoura
É de bom alvitre que Gean pegue tesouras com as duas mãos e puxe firmemente o frio-de-arrumação dos gastos públicos, diminuindo o custeio da máquina e da folha de pessoal. Urge reavaliar vantagens salarias, o pagamento de diárias e reduzir cargos comissionados. Nem que venham como soluções temporárias, mas algo precisa ser feito, sob pena de as transferências de recursos federais serem bloqueadas de uma hora para outra. Sem falar nos financiamentos junto a agências de fomento, que também podem ser suspensos sem maiores delongas, ferindo mortalmente a já combalida saúde financeira do poder público municipal.
Deboche
A segunda denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer tem falhas evidentes em seu embasamento acusatório. Mesmo assim, o “eminente” relator, deputado tucano Bonifácio de Andrada não aproveitou a chance de promover um debate consistente contra a peça. Preferiu, num relatório pífio lido na terça à tarde, defender bovinamente a impunidade de suas “Excelências”, discursando a favor de privilégios absurdos e inaceitáveis que os eleitos separaram para eles mesmos. Vergonhoso.
Lava Jato na berlinda
A Operação dá sinais de que começa a fazer água. Em todas as frentes, os bandidos parecem estar virando o jogo. A desfaçatez é tamanha que o tal Bonifácio de Andrada, assim como já fazem Lula e seus fanáticos, colocou a culpa nos investigadores, desconsiderando, na maior cara-de-pau, as robustas provas, condenações, indiciamentos e prisões envolvendo parte da nata política e empresarial do Sul do Mundo.
Só a idade
Ainda no comando nacional do tucanato, o senador Tasso Jereissati mostra-se cético em relação à Reforma da Previdência. Disse que acreditar que, se passar alguma coisa no Contresso, será apenas o aumento da idade mínima para os simples mortais vestirem os pijamas. Reforma com mais cara de reforma, segundo o cearense, será missão para o próximo governo.
Topo da impunidade
Os números são um balanço frio das atividades da Operação Lava Jato. Na primeira instância de Curitiba, produziram-se 165 condenações contra 107 pessoas, entre elas Lula da Silva. Juntas, as penas somam 1.635 anos, sete meses e 25 dias de cadeia. Já no Rio de Janeiro, ainda no primeiro grau jurisdicional, emitiu-se uma sentença com 13 condenados, incluindo o ex-todo-poderoso Sérgio Cabral. Somadas, as penas aplicadas pelo segmento carioca da Lava Jato chegam a 153 anos e 4 meses de cadeia. Em Brasília, no foro privilegiado do Supremo, não há vestígio de condenações. Repetindo: nenhum ministro ou congressista encrencado na Lava Jato foi condenado pela Suprema Corte.