Avaliação é do Centro Empresarial
No final de mais um ano, a história se repete e perdura o silêncio do governo catarinense quanto a uma reivindicação legítima e antiga de Chapecó e da região Oeste, necessária para reduzir gargalos da infraestrutura. Essa avaliação é do Centro Empresarial de Chapecó (CEC) a propósito da construção do Contorno Viário Leste da cidade, que há mais de 35 anos está na dependência de uma decisão oficial para ser implantado.
Para a instituição, a ideia de construir um amplo contorno da cidade por meio de perimetrais, pensada pelo então prefeito Altair Wagner há 40 anos, bem como o início da construção de um trecho por Milton Sander, sucumbem no silêncio e inércia dos sucessivos governos de Santa Catarina. Enquanto isso, lembra o Centro Empresarial, constantes aditivos são feito para a reforma da Ponte Hercílio Luz, na capital do Estado, obra que somente na atual etapa já chega ao custo de R$ 274 milhões e que será elevado com novo aditivo no valor de R$ 11,2 milhões.
Ao lamentar respostas inócuas, o presidente do CEC, Neloir Antônio Tozzo, argumenta que Chapecó sempre somou de forma significativa com sua produção para o Estado, em segmentos como o agronegócio, as indústrias metalmecânica, moveleira e da construção civil, o comércio e serviços, e suas autoridades e lideranças se esforçam para manter vínculo estreito com a capital. “O povo da região vive ao aroma da produção e trabalha incansavelmente para, ao menos, tentar sensibilizar sobre suas necessidades maiores”, avalia.
O dirigente também considera que Chapecó, ao receber outros investimentos do governo catarinense, “faz jus ao retorno daquilo que produz, nada mais, enquanto manobras logísticas incalculáveis são feitas todos os dias para entregar ao mundo tudo o que se produz no Oeste”.
Cordialidade x inação
Já o vice-presidente do Conselho Empresarial, Djalma Velho de Azevedo, avalia que o contorno, de 22,6 quilômetros e custo estimado em R$ 130 milhões, representa importantíssima via para ligar a SC-480 e a BR-282 e é fator de desenvolvimento, de segurança viária e redução do tráfego pesado na cidade. Considera que essa ligação é um exemplo das demandas que são historicamente relegadas sem que haja os investimentos necessários, mesmo com tamanha representação de Chapecó e região.
“Parece que o setor público e a iniciativa privada não têm consonância, porque a cordialidade dos encontros não se traduz em ação das autoridades para concretizar o que é solicitado”, lamenta o empresário, que também reforça a necessidade da representação política regional ter mais eficiência. “Mesmo que tenhamos representantes, não há força para fazer com que a obra seja concretizada, até porque aguardamos mais de seis meses para audiência com o governador e nada aconteceu.”