SANEAMENTO BÁSICO X PRAIAS POLUIDAS
Em uma divulgação recente, os jornais de Santa Catarina expressaram ufanismo ao anunciar que 89,2% das residências no estado contam com acesso a serviços de esgotamento sanitário, de acordo com os dados mais recentes do Censo Demográfico realizado pelo IBGE. Especificamente, cidades como São José e Criciúma destacam-se com índices impressionantes de 98,1% e 97,0%, respectivamente. Estes números colocam Santa Catarina como o quarto melhor estado do Brasil em termos de infraestrutura sanitária, superando significativamente a média nacional de 75,7%.
No entanto, essa imagem positiva contrasta fortemente com as informações divulgadas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), que semanalmente publica relatórios sobre a balneabilidade das praias do estado. De acordo com o IMA, os resultados são alarmantes, indicando contaminação e problemas ambientais em todas as áreas pesquisadas, com especial atenção para a região de Floripa e seus arredores. A situação é particularmente grave na Região Metropolitana, incluindo São José, onde, aparentemente, nenhuma praia atende aos padrões de balneabilidade segura.
Além disso, dos 295 municípios de Santa Catarina, a Companhia de Saneamento do Estado (CASAN) é responsável pelos serviços de saneamento em 194 deles, o que representa 66,5% do total. A empresa tem sido criticada por sua gestão e por contribuir para os problemas ambientais relacionados ao saneamento inadequado. Especialistas indicam que seriam necessários investimentos da ordem de pelo menos 3,5 bilhões de reais apenas para a Região Metropolitana de Florianópolis, recursos esses que a Estatal não dispõe.
Essa discrepância entre os dados do censo e a realidade prática evidencia um contraste preocupante. Enquanto as estatísticas podem sugerir uma situação de avanço e eficiência no setor de saneamento básico, os relatórios ambientais e as condições das praias apontam para uma crise que necessita de atenção e ação imediatas. Assim, apesar dos números positivos, a realidade demonstra que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o estado de Santa Catarina alcance um padrão de saneamento verdadeiramente sustentável e seguro para todos os seus habitantes.
Floripa já percebeu que a solução passa por um novo modelo de gestão. Está em andamento o processo de licitação de todo o Sul da Ilha compreendendo: 1. Distrito Ribeirão da Ilha; 2. Distrito Pântano do Sul; 3. Distrito Campeche; 4. Distrito Tapera da Base num total aproximado de 80 mil pessoas na baixa temporada e pelo menos o dobro no verão.
ADM. DILVO VICENTE TIRLONI