O presidente do CREA-SC, Eng. Civil e Seg. Trab. Carlos Alberto Kita Xavier reuniu-se hoje (12/09), na sede do Conselho, com dirigentes do Sindicato dos Eletricitários da Grande Florianópolis (SINERGIA). Na pauta do encontro, a possível privatização da Eletrobrás. A empresa é responsável atualmente por 31% da capacidade de geração de energia elétrica do país e 47% das linhas de transmissão instaladas no território nacional. Participaram os dirigentes do Sinergia: Daniela Brandão Nascimento, Dayson Roberto Waldschmdt, Eduardo Clasen Back e Mario Vitor da Silva Cruz Jr, e pelo CREA-SC o superintendente e o assessor da APEC, Eng. Civil Luiz Henrique Pellegrini e Eng. Mec. Wilson Floriani.
MANIFESTO
O governo anunciou a intenção de se desfazer do controle da Eletrobrás. Uma possível privatização implicaria em inúmeras consequências sociais e econômicas ao país tendo em vista a história, representatividade e potencial da empresa e principalmente aos profissionais da área tecnológica vinculados ao Sistema Confea/Crea. Além disso, uma questionável justificativa de aumento da eficiência energética e o equilíbrio das contas públicas não respaldam a privatização no atual contexto econômico, social e político do país. A situação é complexa e traz riscos não só aos trabalhadores como à soberania nacional.
A Eletrobrás gera e transmite energia para todo o país há 55 anos. É a maior empresa de energia elétrica da América Latina e a décima maior do mundo, reconhecida internacionalmente. É responsável atualmente por 31% da capacidade de geração de energia elétrica do país e 47% das linhas de transmissão instaladas no território nacional. 94% da geração provêm de fontes renováveis, dos quais 87% são hídricas.
Além de não solucionar o endividamento do Estado, a privatização pode penalizar o cidadão brasileiro. Entre as alegações citam-se, por exemplo, a importância da empresa e do produto energia como estratégicos ao desenvolvimento da engenharia e da indústria brasileira e ao desenvolvimento do país, dos estados e municípios. Insegurança jurídica, especulação de contratos de compra e venda de energia, abertura do setor energético ao capital estrangeiro também podem comprometer os projetos de desenvolvimento.
Como presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina, tenho a clara convicção da obrigação em defender e respaldar os interesses e anseios dos nossos profissionais e da sociedade. Possíveis demissões e aumento nos valores das contas, por exemplo, são situações que não desejamos como líderes e representantes de uma maioria. Queremos defender e valorizar o setor elétrico e a engenharia nacional e, sobretudo, aos nossos profissionais, como engrenagens essenciais ao crescimento e ao desenvolvimento da nação.
Eng. Civil e Seg. Trab. Carlos Alberto Kita Xavier – presidente Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC)