Muito além da discussão sobre a decretação de lockdown em Santa Catarina, o que deve ser discutido conjuntamente é uma forma de o Governo apoiar o setor produtivo especialmente os micros e pequenos empreendedores catarinenses nestes tempos de pandemia e de queda nas vendas. É o que defende o secretário de Desenvolvimento Econômico de São José, Marcelo Fett, que nos últimos dias tem manifestado nas redes sociais sobre a urgência de criação de um fundo compensatório para os setores atingidos por eventual paralisação das atividades não essenciais.
“Assim como todos estamos na expectativa de sermos vacinados o quanto antes para nos protegermos da Covid-19, os empreendedores também precisam que o governo apresente uma vacina para salvar a economia neste momento difícil. Precisamos de medidas que priorizem a saúde das pessoas, mas também leve em conta as dificuldades de quem empreende. Apenas ser contra ou a favor do lockdown sem propor nada não resolve”, enfatiza Fett.
Além dos milhões de catarinenses que aguardam o dia de serem vacinados, os empreendedores catarinenses que sofrem as consequências financeiras de um ano de pandemia e, em especial, de um eminente lockdown, também precisam de uma injeção financeira na economia, destaca o secretário. “Se o governo pode pagar os juros do “juro zero”, também pode pagar direto para o empresário prejudicado por um lockdown. Tão importante quando garantir um auxílio para as Pessoas Físicas que mais precisam, também é ajudar as Pessoas Jurídicas que acumulam perdas e não estão conseguindo manter seus negócios. SC precisa de uma vacina para o empreendedor urgente”, ressalta.
A proposta apresentada por ele já ecoou na Assembleia Legislativa e tem o chamado atenção de alguns parlamentares que entraram em contato para conhecer mais detalhes da proposta. Além disso, o secretário quer levar este tema para o Colegiado de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Federação Catarinense de Municípios – FECAM.
A título de ilustração da necessidade de uma medida governamental, vale destacar que temos em Santa Catarina aproximadamente 447 mil Micros Empreendedores Individuais – MEIs, com faturamento mensal de R$ 7 mil. O custeio pelo governo de 14 dias de paralisação de suas atividades seria equivalente a R$ 3,5 mil por MEI, isso na hipótese de todos serem afetados pelo fechamento. O valor para ajudar um empreendedor é o mesmo gasto por dia para custear o leito de uma Unidade de Terapia Intensiva – UTI.