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CRIME CONTRA A VIDA

Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 55 milhões de abortos ocorreram
no mundo, entre 2010 e 2014. Entre os anos de 2020 e 2021, aproximadamente 44
milhões de bebês foram abortados. Os números assustam mesmo.
No Brasil, dados sobre o aborto e suas complicações são incompletos e especulativos,
mas o SUS registrou no ano de 2019 mais de 195 mil internações por aborto,
espontâneos ou provocados. Estima-se que cerca de 800 mil mulheres praticam
abortos todos os anos em nosso país. Dessas, 200 mil recorreram ao SUS para tratar
as sequelas de procedimentos malfeitos.
Em nosso país, o aborto provocado é crime, com pena prevista de 1 a 3 anos de
detenção para a gestante, e de 1 a 4 anos para o médico ou a pessoa que realize o
mesmo.
A vida humana é sagrada e intocável. Tirar a vida é uma prerrogativa única do autor da
vida que é Deus.
Entretanto, o alarmante crescimento da criminalidade tem levado a população brasileira
a rever seus conceitos, e muitos já acostumados a tanta violência, consideram o aborto
como algo normal.
Quando conversamos ou escrevemos sobre esse assunto, temos que lembrar o
indizível valor da vida humana, a delicadeza do tema, e o extremo cuidado com que ele
deve ser tratado.
O assunto é bastante polêmico. Não estou me referindo ao aborto acidental, mas ao
aborto provocado, aquele que é feito para deixar livre a mulher que não queria
engravidar.
Não pretendo colocar um ponto final na questão, apenas levantar o problema para uma
reflexão. A coisa está banalizada. O aborto na realidade está se tornando um estilo de
vida. Ele é uma tentativa de evitar a conseqüência de nossas ações. As pessoas,
principalmente os mais jovens, precisam parar de brincar de sexo.
A escala de valores de nossa sociedade está ficando de cabeça para baixo. Existem
tantos defensores do aborto hoje, que dá a impressão de que os defensores da vida é
que estão errados.
Portanto, quando pensamos no aborto, a pergunta que devemos fazer é: o que fez esta
criança para merecer a morte?
Uma criança antes de nascer, já tem todas as características definidas de um ser
humano no primeiro trimestre de vida fetal. Por volta dos 25 dias, praticamente antes
que a mãe perceba que está grávida, essa criança já está bombeando sangue.
Devemos pensar com mais carinho e respeito quando se trata de defender a vida
humana. Existem exceções como nos casos de estupros, deformações genéticas ou
risco de morte da mãe.
Para finalizar, transcrevo uma história que li recentemente e que retrata muito bem toda
esta questão.
— Doutor, o senhor terá de me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda
não completou um ano e estou grávida novamente. Não quero filhos em tão pouco
tempo.
Então o médico perguntou:
— Muito bem. E o que a senhora quer que eu faça?
A mulher, já esperançosa, respondeu:
— Desejo interromper esta gravidez, e com a ajuda do Senhor.
O médico pensou um pouco e depois do seu silêncio, disse a mulher:
— Acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso
para a senhora.
A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido.
E então ele completou:
— Veja bem, minha senhora, para não ter de ficar com os dois bebês de uma vez, em
tão curto espaço de tempo, vamos matar este que está em seus braços. Assim, o outro
poderá nascer. Se o caso é matar, não há diferença para mim entre um e outro. Até
porque sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois a senhora não
correrá nenhum risco.
A mulher apavorou-se e disse:
— Não doutor! Que horror! Matar uma criança é um crime!
O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito.
Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança já nascida e
matar uma criança ainda por nascer, mas viva no seio materno.
O aborto é a pena de morte para quem não cometeu crime algum, e se liberar o aborto,
tem que liberar a pena de morte. Se um inocente pode morrer, um vagabundo também
pode.
RICARDO WINTER

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