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Dario sonha em disputar governo, mas joga contra MDB na Capital e em São José

Filiado ao MDB há mais de 10 anos, o senador Dário Berger é capítulo à parte na rica história do partido. Um capítulo, personalista, com o perdão do trocadilho. Em 2014, quando chegou ao Senado, ele já estava no MDB há alguns anos. Mas nunca militou no partido ou em qualquer outra legenda. Por onda passa, Berger costuma usar a legenda e jamais cria vínculos com os partidos.  O MDB é seu sétimo endereço partidário.

 

2022

 

Não por acaso, ele ainda é visto com desconfiança pelos emedebistas da gema estado afora. Não é uma figura muito presente no dia a dia da legenda (bem longe disso), embora faça movimentos pontuais sempre que o tema eleições está em voga nas fileiras emedebistas. O senador sonha em conquistar a indicação para concorrer ao governo catarinense pelo MDB.

 

Partido do Dário

 

No entanto, como faz parte de sua tradição pessoal, Dário Elias Berger não está nem aí para o partido. Prova cabal disso são suas articulações com vistas ao pleito municipal de novembro. Na Capital do estado, cidade que ele administrou por dois mandatos, as negociações avançam na direção de um acordo com a família Amin. Engenharia que beira o absurdo, considerando-se o histórico entre eles. Foram inúmeros embates e trocas de acusações por quase duas décadas. São adversário ferrenhos.

 

Confronto direto

 

Não custa lembrar que Dário derrotou o candidato de Angela Amin à própria sucessão lá em 2004, suplantando Chiquinho Assis nas urnas. Em 2008, o PP apresentou-se para a disputa com o próprio Esperidião Amin. Que também acabou derrotado pelo emedebista. Resta saber como o eleitorado da Capital vai encarar o possível acordo entre a família Amin e os irmãos Berger. E os emedebistas de quatro costados de Florianópolis? Como eles vão pedir votos para uma eventual candidatura de Angela Amin? A conferir.

 

Berço político

 

Tão inconcebível e personalista quanto foi a decisão do senador na Capital são os encaminhamentos em São José. Quarto maior colégio eleitoral de Santa Catarina, a cidade é o berço político dele. Além de ter administrado o município por duas vezes, Dário Berger foi o padrinho eleitoral de Fernando Elias e do irmão, Djalma Berger, que lhe sucederam no comando da prefeitura.

 

Com Adeliana

 

Este último foi destronado pela atual prefeita, Adeliana Dal Pont, do PSD. Que agora fechou acordo eleitoral justamente com Dário Berger visando a fazer o sucessor. Mas o  quadro josefense é ainda mais grave do que o cenário na Capital. Isso porque o MDB tem pré-candidato a prefeito. É o presidente da Câmara de Vereadores, Michel Schlemper, jovem liderança que vem despontando na região.

 

Com a palavra

 

E aí, MDB? Será que o partido vai indicar para concorrer ao governo alguém que trabalha abertamente contra a própria legenda em dois dos quatro maiores colégios eleitorais do Estado? Registre-se que por ser o único senador filiado ao MDB nestes dias, talvez Berger escape de alguma punição partidária. Qualquer outro quadro emedebista, no entanto, seria passível de severas punições se trabalhasse contra os interesses da legenda tão escancaradamente como faz Dário Berger na Capital e em São José.

Na foto- de arquivo, um registro recente e até então raríssimo, unindo Dario e o casal Amin. 

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