Coluna do dia

De baixo nível, debate presidencial não trouxe surpresas

O primeiro bloco, que geralmente registra a maior audiência, do último debate dos presidenciáveis antes das eleições deste domingo, mostrou um Ciro Gomes, que é preparado e inteligente, nervoso, fora do ponto. Pode ser reflexo da nefasta campanha do PT pelo tal voto útil, como se houvesse algum voto inútil em qualquer pleito.
Jair Bolsonaro e o ex-presidiário Lula da Silva saíram-se bem dentro de suas propostas e perfis.
O nível das apresentações, registre-se, ficou de acordo com a patrocinadora do evento, uma vergonha.
Ao contrário do debate no SBT, quando se saiu bem, a senadora Soraya Thronicke foi um desastre completo. Além de se mostrar petulante e despreparada, falou um monte de bobagens. Profetizou que o Padre Kelmon iria para o inferno, afirmou que ele não deu extrema unção na Covid, que ele seria um padre de festa junina e assim por diante. Um verdadeiro festival de insanidades.
A candidata também se perdeu todinha quando Jair Bolsonaro informou ao distinto público que ela pediu várias nomeações e não foi atendida (sugerindo que por isso teria se tornado oposição). A senadora, registre-se, foi mais uma que se elegeu para um cargo improvável na onda Bolsonaro de 2018.

Tabelinha

Felipe d’Ávila e Simone Tebet saíram-se bem. Tabelaram bem por alguns momentos. A emedebista, aliás, demonstrou astúcia e rapidez de raciocínio quando foi confrontada por Bolsonaro a respeito da denúncia de Mara Grabili, vice de Tebet. Ela, que é filha de um ex-empresário do ramo de transporte urbano na região do ABC paulista, gravou um vídeo denunciando que Lula aceitou pagar R$ 12 milhões para não ser acusado como mandante do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.

Pegando mais leva

Bolsonaro em momento algum chamou o ex-mito vermelho para o confronto. Usou o Padre Kelmon para fazer o serviço mais pesado contra o líder da Organização que comandou o país por anos. O religioso desempenhou bem o papel de linha auxiliar do candidato do PL. Prestou bom serviço aos interesses presidenciais.

Equilíbrio

O presidente evitou situações que o tirassem do ponto, não teve rompantes de agressividade, ao contrário de Lula, que foi tirado do sério pelo Padre Kelmon. Aliás, teve momentos em que o ex-tudo petista foi atacado por todos os candidatos, até porque não apareceu no debate do SBT.

Salvou-se

Ainda assim, no geral, o chefe vermelho saiu-se bem, embora com uma leve vantagem ao atual chefe da nação.

Lorota

Se Lula queria criar algum fato durante o debate para embalar essa tese de vitória no primeiro turno, saiu de lá frustrado.

Projeção

O pleito deve ir para o segundo turno. Por avaliações que podem ser consideradas com alguma credibilidade e leituras internas, não se descarta a possibilidade de Jair Bolsonaro chegar à frente do descondenado após a apuração dos votos deste 2 de outubro.

Front fundamental

O trabalho na rede social nestas horas que restam para a eleição, repercutindo o debate, será fundamental. Pelo que se vê, os grupos ligados ao presidente são mais ágeis e competentes para trabalhar nesse front.

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