De “vilão” à vítima
Impressionou o foguetório que tomou conta de Lages entre às 17h e às 20h da última sexta-feira, no embalo da confirmação de que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia autorizado o retorno de Elizeu Mattos (PMDB) à prefeitura. Parecia a comemoração pela expressiva vitória que ele obteve sobre o grupo do governador, em 2012.
O peemedebista estava afastado do cargo há nove meses, situação que agora passa a gerar suspeitas. Pelo despacho do STF, o prefeito não só volta com plenos poderes ao cargo como está habilitadíssimo a disputar as eleições do ano que vem. Ele não foi alcançado pela Lei da Ficha Limpa. Muito pelo contrário. Além do despacho do Supremo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também decidiu, por unanimidade, que não há qualquer irregularidade nas contas da Semasa, a autarquia de água e esgoto municipal.
Suspeitas de desvios de recursos na empresa motivaram a chamada Operação Águas Limpas, que culminou até com a prisão de Elizeu Mattos, também acusado de ter levado propina. A pergunta agora é: como ele foi preso se o STF não viu qualquer irregularidade e tampouco o TCE?
Interlocutores do prefeito estão avaliando que houve uma grande armação política, a fim de tirar o peemedebista do circuito político e do páreo eleitoral. O tiro pode ter saído pela culatra, pois a impressão que se tem é que o prefeito volta ao paço lageano como vítima.
Nem aí
Não se sabe se Toni Duarte (PPS) vai comparecer ao ato que marca a volta de Elizeu Mattos (PMDB) nesta segunda-feira à prefeitura de Lages. Os dois não se falam há 10 meses, mas isso, aparentemente, não gera qualquer preocupação ao peemedebista.
Gestão
A interlocutores, Elizeu Mattos revelou que vai evitar conflito com o vice. O foco será na gestão. Sobre processos, quem vai falar são os advogados do prefeito.
Prejuízo incalculável
Elizeu Mattos vive um drama familiar e pessoal. O afastamento da prefeitura e a prisão dele acabaram, de alguma forma, gerando reflexos negativos na família. Os pais estão hospitalizados, em tratamento de saúde. E sua esposa enfrenta um câncer.
Taxativo
Raimundo Colombo voltou a afirmar que é contra o aumento de impostos para contornar a crise. Durante a reunião do Confaz, na sexta-feira, na Capital, ele garantiu que Santa Catarina não terá aumento nas alíquotas do ICMS. Onze estados já majoraram o imposto.
Sexta 13
A sexta-feira, 2 de outubro, foi uma legítima “sexta 13” para o governo federal e o PT. No mesmo dia, o ministro Augusto Nardes, do TCU, antecipou voto pela rejeição das contas de Dilma em 2014. Outro ministro, Teori Zavascki, autorizou a Polícia Federal a chamar Lula da Silva para depor na Lava Jato. A presidente anunciou, na mesma data, uma dança das cadeiras que caracteriza o fim precoce do seu governo, mas que chamaram de reforma ministerial. De quebra, veio à tona o escândalo da negociação envolvendo uma MP que beneficiou o setor automotivo numa ponta e, noutra, Cláudio Luiz Lula da Silva, filho do ex-metalúrgico.