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Debate sobre futebol sai do gramado e chega ao Congresso Brasileiro de Contabilidade

Especialista em direito empresarial, advogado Tullo Cavallazzi Filho diz que a importância econômica da atividade exige que profissionais conheçam melhor o que cerca o campo

Em vigor há pouco mais de três anos, a Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) transformou o esporte no País, garantiu investimentos milionários em atletas e infraestrutura e exige que profissionais de diferentes áreas se preparem para atuar em um mercado novo e bastante aquecido. Na terça-feira (10/09), a paixão nacional chega à programação do 21º Congresso Brasileiro de Contabilidade, que ocorre de 8 a 11 de setembro no Expocentro Balneário Camboriú. Os desafios e oportunidades criados pela nova legislação serão debatidos por Anna Beatriz Grangeiro, professora da Universidade de Fortaleza, Anderson Paulo Santos, diretor financeiro da SAF do Botafogo, Carlos Aragaki, sócio da BDO Auditores e pelo advogado Tullo Cavalazzi Filho. A mediação será de Glaydson Trajano Farias, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
“Hoje o Brasil tem mais de 60 SAFs em atividade. Elas movimentam volume significativo de recursos e fortaleceram um movimento que já existia de transformaram da gestão dos clubes. Hoje, independente do modelo, SAF ou associação civil, a gestão profissional, a reputação e a saúde financeira do clube passam pela excelência contábil e financeira das agremiações. Os profissionais precisam se preparar para atender essa nova realidade”, diz Tullo Cavallazzi.
Presidente da Comissão de Direito Desportivo do Conselho Federal da OAB à época das discussões, Cavallazzi diz que a Lei da SAF foi debatida por parlamentares, advogados e representantes de clubes. O texto final trouxe uma série de mudanças para as associações, que passaram a ter a opção de se estruturar como empresas. “Passados três anos, o aspecto mais visível da mudança é o esportivo. Clubes como o Botafogo, o Cruzeiro e o Vasco voltaram a ser protagonistas logo após a transformação em SAF graças a investimentos no elenco. Mas a mudança é muito mais profunda. A Lei trata também – e principalmente – de questões tributárias, trabalhistas, de governança e de gestão”.
Inicialmente, diz, a lei foi uma tábua de salvação para clubes que corriam o risco de desaparecer diante de dívidas acumuladas e da perda de competitividade. Hoje, com a adesão de clubes saudáveis financeiramente, a SAF é vista como caminho para a organização, a atração de investimentos e a profissionalização de instituições que pretendem se manter sólidas a longo prazo.

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