O PSDB, partido de muita expressão e glórias no passado recente, caminha celeremente para o ocaso absoluto. Tanto em Santa Catarina como no Brasil.
No contexto nacional, a pá-de-cal foi a tentativa de homicídio do patético José Luiz Datena contra o não menos teatral Pablo Marçal. Dois farsantes.
A cadeirada do apresentador, algo surreal e digno de penalidade e de pena (no sentido de compaixão), escancara o nível a que se rebaixou o tucanato.
O partido surgiu a partir de São Paulo, com quatro figuras de proa: André Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra.
O quarteto até então era filiado ao MDB. Montoro se elegeu senador em 1978, tendo FHC em primeiro na sublegenda, uma espécie de suplência à época. A partir do restabelecimento das eleições diretas aos governos, Franco Montoro conquistou o governo de São Paulo. Em 1982.
Vitória que guindou Fernando Henrique à Câmara Alta. Mário Covas, que era deputado federal naqueles dias acabou nomeado, pelo próprio Montoro, como prefeito de São Paulo. Foi o último alcaide biônico da cidade.
José Serra também era deputado federal. Quatro anos depois, em 1986, na sucessão de Montoro, Orestes Quércia, que era o vice-governador, conseguiu viabilizar-se como candidato do MDB ao governo paulista.
REVOADA
Isso gerou uma revolta no Manda Brasa. Quércia era “famoso”. Ex-prefeito de Campinas, tinha apelo popular, só que era um personagem com muitos problemas, muitas denúncias contra ele. Mesmo assim, ele se elegeu governador, assumindo em 1987.
O quadro era esse quando o quarteto já citado resolveu, em 1988, fundar o PSDB. Já de cara lançaram Mário Covas à Presidência, em 1989.
O agora tucano disputou contra vários adversários, inclusive seu ex-correligionário, o velho Ulysses Guimarães pelo MDB.
Ainda em 1986, Covas e Fernando Henrique se elegeram senadores. FHC, aliás, se reelegeu. Os dois romperam com Quércia, abrindo caminho para o surgimento do ninho tucano.
Mário Covas foi duas vezes governador. Só que não completou o segundo mandato. Geraldo Alckmin, que era vice, assumiu e completou o mandato. Foi governador em mais três oportunidades depois disso.
José Serra também foi governador do maior estado do país. Ou seja, o PSDB já foi um partido altivo, ativo, predominante e com ideias e grandes líderes.
MELANCOLIA
A figura de Datena mostra um partido no outro extremo, sem brilho, sem líderes, sem ideias e absolutamente moribundo. Trocando em miúdos: virou mais uma legenda de aluguel sob o controle de Aécio Neves, de Minas Gerais, um sujeito mais sujo do que pau de galinheiro.
Outra figura de “ponta” no ninho atual é Marco Perillo, de Goiás, outro dono de uma “bela” ficha corrida. O goiano, aliás, é o presidente oficial do PSDB nacional.
Realidade que obviamente se reflete nos estados. Em Santa Catarina, o partido não tem deputado federal. Ficou com apenas dois estaduais na Alesc e poucos prefeitos (nenhum entre as maiores cidades do estado).
Dos dois parlamentares estaduais, registre-se, Vicente Caropreso está prontinho para bater as asas e cair fora. Aguarda somente a janela de março de 2026.
Quem vai segurar, sozinho, a alça do caixão é Marcos Vieira, deputado de último mandato que hoje pilota a seção catarinense do PSDB.
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