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Declarada guerra entre os dirigentes do Congresso e o Palácio do Planalto

cunha-renan-620x330Curioso, para dizer o mínimo, observar a mesma oposição que tentou varrer Renan Calheiros da presidência do Senado, aplaudindo o notório alagoano quando ele decidiu devolver ao Executivo a Medida Provisória que aumenta a tributação sobre a folha de pagamento das empresas.

O grupo, que votou em Luiz Henrique da Silveira (PMDB) como contraponto à ficha corrida do atual comandante do Congresso, aproveitou para dar uma surfada. A mesma oposição que viu outro catarinense, Paulo Bauer (PSDB), ser rifado da primeira secretaria do Senado por imposição do presidente reeleito. Pelo visto, as broncas já são águas passadas.

É da tradição da Câmara Alta compor a Mesa Diretora de acordo com a musculatura das bancadas na Casa. A verdade é que Renan não jogou para a oposição. Mandou um recado claro à inquilina do Palácio do Planalto. Está em pé de guerra e ressentido pelo fato de o Planalto não ter movido um dedo para retirá-lo da provável lista dos pedidos de investigação do procurador geral da República na esteira da Operação Lava Jato. Resolveu dar o troco, devolvendo a MP que interessa e muito ao governo.

O presidente do Senado agora faz companhia a Eduardo Cunha, outro notório peemedebista, comandante da Câmara dos Deputados, também desafeto dos petistas

Temer teria alertado os dois na sexta-feira 

Os dois já teriam sido avisados pelo vice Michel Temer na sexta-feira que estrelariam a já famosa relação de Rodrigo Janot, que pipoca na mídia nacional.

A ausência de Renan Calheiros no jantar que Dilma ofereceu segunda-feira ao PMDB provavelmente foi reflexo do alerta vice-presidencial.

A leitura nos bastidores, se confirmada a aparição dos presidentes das duas Casas Legislativas na lista, é que o Planalto fez cara de paisagem à situação porque o escândalo enfraquece o Legislativo, automaticamente fortalecendo o Executivo do ponto de vista político. Ao abandonar Renan e seus aliados, e assistir de camarote ao bombardeio em cima de Eduardo Cunha, Dilma e o PT também tentam atingir frontalmente o principal parceiro, o PMDB, legenda que comumente ofusca o próprio partido de Lula da Silva.

Os desdobramentos são imprevisíveis. O momento é dos mais delicados, dando margem ao salve-se quem puder. Não está descartada a possibilidade deste quadro nebuloso acabar empurrando o PMDB para oposição e forçando a presidente e seu staff a se comprometerem com legendas menores para garantir o mínimo de governabilidade, com maioria no Senado e na Câmara. Nitroglicerina pura.

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