A cassação do mandato do prefeito e do vice de Brusque naturalmente que repercutiu em Santa Catarina. Estamos falando de uma cidade que está entre as 12 maiores do estado.
Mas, ao mesmo tempo, além da cassação deles, Alexandre de Moraes, no seu voto, que conquistou a maioria dos integrantes do TSE, conseguiu também cassar os direitos políticos do empresário Luciano Hang.
A acusação era de que o próprio empresário teria colocado suas empresas à disposição de Ari Vequi e seu companheiro de chapa nas eleições de 2020.
Só esqueceu, o xerifão, de colocar no seu relatório que Vequi ganhou com mais do que o dobro da votação do segundo colocado. Até que ponto a influência empresarial teria influenciado na derrota do oponente?
Menu autoritário
Mas vamos ao prato principal. A leitura de muitos é que o imperador teria cassado Hang para impedir que ele venha a ser candidato à prefeitura de Brusque.
Probabilidade zero ter sido essa a motivação.O xerifão e seus companheiros não iriam gastar munição para evitar que o empresário virasse prefeito de uma cidade catarinense de porte médio, seja ela qual for!
Aclamação
Vale pontuar que se Luciano Hang disputar a prefeitura, ele ganha o pleito com um pé e as duas mãos nas costas. Como teria sido eleito senador se tivesse disputado em 2022.
Cabo forte
Ele apoiou Jorge Seif, respaldado pelo próprio Jair Bolsonaro. Hang indicou o primeiro suplente, um empresário de Brusque.
Alcance
Evidentemente que a cassação por oito anos dos direitos políticos de Ari Vequi, do seu vice e do empresário não foi para impedir a candidatura de Hang a prefeito.
Portanto
A cidade é importante no contexto catarinense, mas na verdade a estratégia é impedir que Hang venha a ser candidato à Presidência da República em 2026. Estamos falando do empresário mais intimamente ligado a Jair Bolsonaro e que correu o país ao lado do ex-presidente na campanha do ano passado.
Direita emparedada
O catarinense poderia ser uma alternativa face à iminente cassação dos direitos políticos do ex-presidente. Hang poderia ter a bênção de Bolsonaro e teria condições sim de disputar. Ainda mais contra tudo o que estamos vendo. A própria mídia nacional alinhada à Organização tem pontuado que, nessa toada, Lula e seu entorno nem precisam de oposição!
Dúvida
Então a Organização que voltou ao poder central e o Judiciário vão tentar impedir todas as candidaturas possíveis e imagináveis que possam representar Bolsonaro daqui a quatro anos?
Seria isso? Terão que fazer uma ginástica extraordinária, imaginando-se que teriam de cassar, ainda, Romeu Zema e Tarcísio de Freitas. Só pra começo de conversa.
Goela-abaixo
Se a estratégia do conluio é assegurar a reeleição de Lula em 2026 ou mesmo de Geraldo Alckmin, caso o ex-mito não complete o atual mandato em função de impeachment ou outras circunstâncias, vai ficar difícil.
Desgaste será brutal
Mesmo com apoio total de setores consideráveis da velha mídia tupiniquim, degolar todos os adversários do PT por antecipação é uma missão hercúlea para o puxadinho petista no sistema judicial do país. Convenhamos, francamente, como sempre dizia o engenheiro Leonel de Moura Brizola.
Parcialidade
Não é possível. A Justiça Eleitoral já teve um comportamento e uma atuação parcial, tendenciosa, facciosa e capciosa no pleito passado.
Corda já arrebentou
Agora essa atuação já vai antecipar a sua performance no período entre as eleições, querendo interferir nos partidos e nas candidaturas? Parece um pouco de pretensão demais, ousadia contumaz. Observemos.
foto>Dida Sampaio, Estadao, AE, divulgação