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DEM tenta esvaziar o PSD

O DEM vai cumprir papel estratégico, aliás, já está cumprindo, com vistas ao pleito estadual do ano que vem. Em Santa Catarina, o partido é pilotado por Paulo Gouvêa da Costa, ex-deputado federal, fiel escudeiro de Vilson Kleinübing enquanto este esteve vivo e atualmente primeiro suplente do senador Dário Berger.

Historicamente, a seção Barriga-Verde do Democratas sempre esteve mais próxima do PSDB, eixo que começou a mudar de rotação na eleição de 2014, quando o partido já esteve com o PMDB. Naquele ano,  o PSDB ficou com o PP, formando a chapa com Paulo Bauer ao governo e Joares Ponticelli de vice.

E tudo indica que o DEM novamente estará com o PMDB em 2018. A partir de articulações que envolvem Gouvêa da Costa,  próprio Dário Berger e outros cardeais peemedebistas,  o Democratas está tentando tirar lideranças importantes do PSD, enfraquecendo a sigla de Raimundo Colombo e Gelson Merisio. Para, consequentemente,  fortalecer o PMDB. Há muitas cartas nas mangas, mas elas já estão sendo jogadas e o projeto do DEM em SC é este: ser uma linha auxiliar importante para o Manda Brasa voltar a comandar o Estado.

História e estratégia

Rodrigo Maia, político que exerce papel de destaque e estratégico na atualidade,  é do DEM. Vale lembrar que a transição do PFL para o DEM foi conduzida Jorge Konder Bornhausen (E), que por 15 anos presidiu a Frente Liberal. O catarinense sempre levava a melhor na queda-de-braço sobre o falecido Antônio Carlos Magalhães, porque tinha como aliado indissociável o ex-senador e ex-vice-presidente por oito anos na era FHC, Marco Maciel.

Renovação

Quando liquidaram o PFL, lá em 2007, Bornhausen e aliados criaram o DEM. O primeiro presidente da nova sigla foi justamente Rodrigo Maia, hoje presidente da Câmara dos Deputados. JKB escolheu o filho de César Maia como alternativa de renovação, no contexto daquele momento.

Distanciamento

Depois, Jorge Bornhausen e os Maia se distanciaram por divergências internas. Mais recentemente, houve uma reaproximação entre os clãs. Que não deixa de ser muito estratégica. Rodrigo Maia é o primeiro na linha sucessória presidencial. Pode vir a ser presidente interinamente, como Michel Temer foi após o afastamento de Dilma (que foi julgada pelo Senado), se a Câmara autorizar o processo contra Temer no STF.

Projeções

Caso Michel Temer venha a ser julgado e afastado, Maia poderá convocar eleições indiretas em 30 dias e ele próprio pode conduzir o processo para se eleger e seguir na presidência na perspectiva de concluir o mandato até o final de 2018. O presidente da Câmara, por tanto, passa a ter um papel ainda mais estratégico quando o assunto são as eleições do próximo ano. Com reflexos óbvios nos Estados.

 

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