Segue uma avaliação da deputada Luciane Carminatti (PT) sobre a proposta de reajuste salarial para o magistério. A parlamentar é professora e uma das mais atuantes neste segmento em SC. Confira:
“As propostas anunciadas não consideram o trabalho da Comissão Mista, inédita no âmbito do funcionalismo público, que teve prazo estendido para atender o governo, reunindo ainda sindicato, Tribunal de Contas do Estado e economistas.
A proposta que construímos cuidou em ser viável, dentro da capacidade financeira do Estado e dos percentuais de investimento determinados pelo Novo Fundeb e pela Constituição. Até agora não sabemos se estão incluídos no projeto do governo o reajuste do vale-alimentação, que hoje é de míseros 12 reais; o adicional de difícil acesso para professores que arcam com deslocamento próprio por quilômetros de distância no interior; e o programa de saúde do trabalhador da educação, pautas incluídas no relatório final da Comissão Mista, entregue no mês passado, em mãos, ao governo.
Em relação à tabela que vimos pelas redes sociais, posso afirmar que, mais uma vez, não atende à maioria do quadro efetivo. Os 11 mil para doutores contempla 0,34% do quadro; o reajuste para mestrado não atinge nem 5%. Ou seja, a grande maioria, os professores com especialização, terá 10% de reajuste, algo em torno de 300 reais por mês. O salário deles ficará menor do que os 5 mil concedidos como remuneração mínima na PEC anterior. O clima nas escolas é de desolação total.
Mas já iniciamos os movimentos para reverter esse quadro, assim que o projeto começar a tramitar na Alesc. Vários deputados já demonstraram preocupação com a tabela divulgada nas redes sociais. Vamos batalhar por ajustes, afinal, todo trabalho conjunto da comissão mista não pode ser em vão.”
foto>Ag. Alesc, divulgação
