Manchete

Desafios da economia em 2021!

Em 2021, novos riscos desafiam a economia brasileira, mas caminham lado a lado com oportunidades inéditas capazes de alavancar os negócios internacionais, em especial no mercado catarinense. Com um cenário político global em transformação, devido à troca dos mandatários em vários países, o mundo também passa por uma reorganização dos processos da cadeia produtiva, acelerada pela pandemia. Para o especialista em desenvolvimento e negócios internacionais, Henry Uliano Quaresma, a marca do pioneirismo dos empreendedores de Santa Catarina e a evolução das empresas são, mais uma vez, decisivas para o fortalecimento da economia do estado neste ano estratégico para a recuperação do mercado.

De uma maneira ampla, a economia sofreu quedas significativas em 2020. É possível projetar uma recuperação em 2021?

Henry Quaresma – Podemos, com certeza, pensar em recuperação econômica, pois Santa Catarina tem indicadores sólidos que apontam uma direção positiva. No entanto, é essencial estar atento ao movimento global de mudança e ao novo ambiente de negócios gerado para manter o nosso estado, que tem uma economia bem internacionalizada, alinhado à rota de crescimento. É preciso identificar as novas oportunidades econômicas e os inevitáveis desafios, assim como as vulnerabilidades que precisam ser administradas.

– Quais as principais oportunidades atuais?

Henry Quaresma –  O ano da pandemia impôs sacrifícios e adequações tanto pessoais quanto coletivas. Na economia, exigiu mudanças em virtude do isolamento e intensificou as já existentes interações virtuais, provocando uma forte expansão do e-commerce. Santa Catarina dispõe de uma infraestrutura e um posicionamento geográfico que a tornam muito atrativa neste setor. Temos uma estrutura portuária bem competitiva, criada com esforço da área governamental e empresarial, e vemos várias empresas colocando centros de distribuição em solo catarinense. Podemos atrair ainda mais empreendimentos, pois estamos a menos de duas horas de voo de importantes pólos econômicos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Montevideo. Esse novo ramo econômico passa a fazer parte do tecido empresarial catarinense e vai ativar de forma importante nosso setor de logística. Também não podemos esquecer do potencial das startups catarinenses, em especial às alinhadas com as novas tecnologias, que podem interagir com empresas tradicionais e serem responsáveis por diferenciar o mercado catarinense em qualidade e inovação.

– E o setor de exportação, tão importante para a economia catarinense, como deve se comportar?

Henry Quaresma – Em 2020, em virtude da pandemia, tivemos quedas de 30% nas exportações para os EUA, segundo maior parceiro internacional de Santa Catarina, e de 15% para a Argentina. No mesmo período, a China, nosso maior parceiro comercial, aumentou em 33% a importação de produtos catarinenses. Portanto, na parte do comércio exterior o cenário para 2021 é positivo, porque há possibilidade de recuperação dos negócios com os países que tiveram queda, e de negócios com outros mercados, abrindo novas frentes nas áreas de importação, exportação e investimentos.

A terceira edição do seu livro O Fator China e os Novos Negócios, lançada em dezembro, destaca a importância deste parceiro comercial para o Brasil e Santa Catarina. 

Henry Quaresma – É fundamental separar a China política, da China econômica, que atua forte com a economia de mercado.  Lembrando que o país asiático  é o primeiro parceiro comercial do Brasil e de Santa Catarina, tanto na exportação como importação. Para se ter uma ideia, durante a pandemia a China concedeu importantes benefícios às suas empresas, mantendo empregos e ainda incrementando algumas áreas de negócios. A verdade é que não podemos desconsiderar a China quando se trata de economia globalizada, pois ela está presente em praticamente todos os setores do mercado internacional. Por isso, desde a primeira edição, O Fator China traz tanto as ameaças quanto as oportunidades deste importante mercado, que já é o segundo do mundo e almeja alcançar o primeiro lugar nos próximos anos. A segunda edição do livro – O Fator China e o Novo Normal – esgotou durante a pandemia e a Editora Aduaneiras indicou essa terceira edição, onde trago dados atuais, como a alavancagem feita pelo governo chinês junto a suas empresas, a guerra comercial EUA e China e o que isso representa em risco e benefícios ao Brasil. É uma atualização focada em negócios, com dicas sobre o modo chinês de fazer parcerias comerciais, além dos caminhos e das instituições que devem ser consideradas pelos brasileiros interessados neste mercado.

  – Quais são as vulnerabilidades que podem comprometer a nossa economia?

Henry Quaresma – É preciso dar atenção redobrada no apoio às empresas do Estado. Temos que cuidar especialmente com o investimento em infraestrutura logística, como as rodovias que transportam nossos produtos, mas não só duplicar e asfaltar, como também investir em novas formas de ligação entre demanda e produção. Temos a questão dos aeroportos, porque com o comércio eletrônico eles têm uma importante função na área de cargas. Outro ponto importante é garantir segurança jurídica e agências reguladoras fortes para viabilizar as parcerias público privadas. Cuidando desses setores teremos chance de aproveitar as oportunidades e reduzir os riscos para nossa economia neste ano.

Para finalizar, quem vai conseguir se destacar na nossa economia em 2021?

Henry Quaresma – Acredito que serão aqueles que buscam as novas estratégias de negócios e gerenciam os riscos. Diversificação de mercados, inovação e muita atenção ao cenário econômico global são boas linhas para expandir os negócios.

Posts relacionados

O novo mapa do poder global

Redação

Missão da FIESC inicia visita a Canton Fair e conhece empresas chinesas

Redação

FIESC lidera missão à China

Redação
Sair da versão mobile