A precariedade em que se encontram as principais rodovias da região extremo oeste catarinense tem tirado meu sono. Os buracos que já existiam em vários trechos das rodovias se multiplicaram em função do tráfego intenso e das fortes chuvas do último mês. Em alguns trechos, os motoristas se obrigam a realizar uma verdadeira dança sobre a pista para tentar desviar de algum dos vários buracos. O prazo de validade da rodovia BR 282 já se esgotou, alias ultrapassou os limites de durabilidade. O trecho de Chapecó a São Miguel do Oeste nunca recebeu investimentos. É muito tempo sem restauração e recuperação, apenas operações tapa buracos com empresas aventureiras que quebram e abandonam as obras e nós ficamos a ver navios. Vale advertir que geralmente o material de péssima qualidade utilizado nestas operações é preparado na beira da pista com pó de asfalto e pinche, que com a primeira chuva os buracos se abrem novamente. Tivemos experiências de obras com a Rodocom do Rio de Janeiro, Consórcio Continental, Empresa Mafrense e agora com LCM de Minas Gerais tapando os buracos que logo voltam a se abrir. Fiz um movimento para incluir a rodovia no PAC e foi incluída, mas os investimentos não aconteceram. Deste modo, a bancada catarinense destinou uma emenda de R$ 150 milhões para o projeto das obras de restauração tendo sido dividido em dois lotes para facilitar os trabalhos, mas infelizmente dificultaram mais. O primeiro lote, que compreende os trechos entre Chapecó e Ponte Serrada já foi licitado, contrato assinado e as máquinas estão na pista. No segundo lote que está à contratação do trecho de Chapecó a São Miguel do Oeste, com inclusão das travessias de Nova Erechim, Pinhalzinho e Maravilha, teve empresas desclassificadas e processos judiciais que vem alongando o prazo e prejudicando muito a nossa região, causando prejuízos e acidentes fatais, atrasando no mínimo em um ano as obras.
Vale destacar ainda que o trecho de 60 km da BR 158 que divide os estados de SC e Rio Grande do Sul, de Iraí até o entroncamento da BR 282 em Maravilha está incompleto. Faltam 20 km para ligar os três estados do Sul. Infelizmente temos um histórico de mais de 40 anos de cobranças e nada deste projeto.
A BR 163 não é diferente. Uma matéria do Jornal o Líder deste final de semana aborda que entre os anos de 2013 e 2017 a reportagem perdeu as contas de quantos registros falaram sobre as condições de precariedade da rodovia no trecho entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira, onde a Empresa Sul Catarinense entrou em recuperação judicial e está retomando as obras em câmara lenta.
Há previsão da federalização do trecho de São Miguel do Oeste à Itapiranga, porém o projeto não sai porque o Governo do Estado não entregou ainda o inventário completo de estudo de faixa de domínio.
Aliás, o Governo do Estado também abandonou o Extremo Oeste, as ADRS não tem orçamento nem para manutenção de suas estruturas, a exemplo de Palmitos que quando chove, molha tudo dentro da gerência da educação e o órgão não tem orçamento de RS 40.000,00 para impedir a chuva de fazer estrago no local de trabalho.
Somos em cinco deputados federais da região e não conseguimos nem um tapa buracos para o acesso ao Município de Princesa. Tenho vergonha e me sinto constrangido de tanto cobrar. Até o Ratinho veio ao Município com interesse comercial e se apavorou chamando a atenção do governo para a situação das estradas. Temos que fazer um levante, trazer a TV, interditar as BRs? Nossa paciência está se esgotando, basta de abandono com a região que mais se produz alimentos. Atendendo um pedido meu, o Diretor Geral do DNIT iria para Chapeco, Maravilha e São Miguel do Oeste no próximo dia 19 para ver in loco a situação das rodovias, porém pela importância do assunto o Ministro Mauricio Quintela virá junto, alterando a data para o dia 3 de julho. Vamos aguardar até dia 03 para se concretizar essa ida ao Extremo Oeste Catarinense e verificar in loco as rodovias. Chega de conversa, precisamos de atitudes concretas para resolver este descaso com nossa região.
Por Celso Maldaner, deputado federal – PMDB/SC – Discurso proferido na Tribuna da Câmara no dia (13/06/2017)