O governador Jorginho Mello foi surpreendido, nesta semana, ao oferecer um almoço no Palácio Residencial para a bancada federal do PL. Dos sete parlamentares, compareceram apenas três. A minoria, portanto.
Lá estavam o senador Jorge Seif e os deputados federais Ricardo Guidi e Daniela Reinehr. Outros quatro não tomaram conhecimento do ágape oferecido por Jorginho. Tudo bem que Zé Trovão tem o seu estilo próprio, um cidadão mais irreverente, um parlamentar que oscila muito no seu humor e na sua atuação.
Mas outros três simplesmente não deram as caras, e de maneira absolutamente deliberada. Inicialmente, a recordista da eleição proporcional de 2022 e hoje presidente da poderosíssima Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Carol de Toni. Também não marcaram presença Daniel Freitas e Júlia Zanatta.
Ruídos
Mas há algum incômodo de natureza administrativa em relação aos pleitos dos parlamentares federais junto ao Centro Administrativo? Talvez. Mas essa motivação é minoritária, ou não é prioritária nessa reação de ignorar o convite do governador.
Pela imprensa
O que mais incomoda é a bancada não ser consultada e sequer comunicada das movimentações na composição do governo.
Reações
O estilo personalista do chefe do Executivo estadual está gerando um certo constrangimento e uma forte contrariedade.
Partícipes
O governador já tem o PP e o MDB no governo, que devem ampliar os espaços a serem concedidos as duas siglas. Jorginho espera poder contar com progressistas e emedebistas no projeto de reeleição em 2026. Mas a contrariedade dos liberais nem é porque o PL vai ter menos posições ou um número menor de espaços no primeiro escalão.
Plateia
Até porque o governador já não os consultou, os deputados, na composição do governo. E, ao longo desses quase dois anos em remanejamentos e modificações, idem.
Em família
As decisões estão muito concentradas na família do próprio governador. Nele, evidentemente, e nos dois filhos, Bruno e Felipe. Por vezes alcançando o irmão, Juca Mello, que hoje é vice-presidente do Republicanos no Estado, sigla presidida pelo deputado federal Jorge Goetten, que trocou o PL pelo Republicano pelas mãos de Jorginho Mello.
Quantidade
O PL recuperou os seis representantes na Câmara com a chegada de Ricardo Guidi ao partido. Agora o que ocorre é que, além das decisões se restringirem ao ambiente familiar, não havendo aí uma participação dos parlamentares, há uma grande contrariedade pelo fato do governador, por vezes em várias regiões, estar prestigiando mais Jorge Goetten do que os próprios liberais.
Juntos e reunidos
Tanto é que, no início desta semana, antes do almoço com os liberais, o governador participou de um evento patrocinado pelo Republicanos, tendo à frente Jorge Goetten e Juca Mello, além do deputado estadual Sérgio Motta.
Climão
Mas o humor liberal, que não é nada favorável ao governador, não se restringe à bancada federal. Alcança, também, o contexto estadual, onde os deputados também não estão sendo consultados e nem comunicados.
Persona non grata
Comenta-se, nos bastidores, que os estaduais do PL estão preparados para uma forte reação uma vez confirmada a nomeação do ainda prefeito de Balneário de Camboriú, Fabrício de Oliveira, na Secretaria de Turismo.
Fora dessa
Tanto é que nenhum deles participou da campanha da “Dubai brasileira.” Até hoje, a bancada não absorveu o fato da candidatura natural e favorita, a do deputado Carlos Humberto, ter sido barrada pelo governador em favor do atual prefeito, que perdeu a eleição num projeto absolutamente personalista.
foto>divulgação, arquivo – Júlia Zanatta, Jorginho Mello e Daniel Freitas