Esta quarta-feira, 6, é dia de definições para a frente canhota em Santa Catarina. Exceção feita ao PSB, que ainda tenta emplacar o senador Dário Berger na cabeça do frentão, as demais siglas estão convictas que é preciso colocar o bloco na rua o quanto antes.
O nome convergente deste grupo é o do petista Décio Lima, ex-deputado e ex-prefeito de Blumenau.
O PSB ou vai a reboque do projeto, compondo, ou então lança chapa pura neste pleito. Eis aí o quadro geral na esquerda catarinense.
A primeira opção é a mais provável. Como disputar isolado sem tempo de TV e com fundões do dinheiro público em menor monta à disposição em caso de chapa pura do PSB?
Outro aspecto: como montar uma chapa competitiva entre os socialistas? Diretamente de Brasília, Cláudio Vignatti deu a senha: colocou o nome da esposa, a vereadora Marcilei Vignatti, que se afastou da presidência da Acamosc (entidade que reúne as Câmaras de Vereadores do Oeste) para ficar à disposição do PSB. Resta saber se seria pra valer ou é um blefe final para pressionar os outros partidos esquerdistas.
Merisio fora
Neste contexto, a tendência é que Gelson Merisio (Solidariedade) abra mão do convite que recebeu pra ser vice de Décio. Seria em favor do PDT. Os trabalhistas indicariam o ex-deputado Jorge Boeira para a vaga, abrindo espaço para Dário Berger disputar o Senado pelo PSB e tentar renovar o mandato na Câmara Alta, feito que seria inédito na história recente de Santa Catarina.
Dificuldade
Dário e o PSB, no entanto, além de aceitar a posição de candidatura ao Senado terão que assimilar outra candidatura canhota para o mesmo posto. O PSOL e a Rede só estarão com a frente de esquerda se o vereador da Capital, Afrânio Boppré, também for candidato ao Senado, no modelo chamado de avulso e que foi aprovado recentemente pelas excelências do TSE.
E o Ciro?
Suponhamos que todos estes fatores se ajustem e a frente amanhã divulgue a tradicional foto com todos com as mãos para o alto. Maravilha. Só que esta ainda não seria a solução dos sonhos do PDT. O Partido desejava beliscar a vaga ao Senado. Sobretudo porque tal encaminhamento facilitaria a existência de um palanque para Ciro Gomes no estado.
Afinal, o postulante ao Senado pode manter uma certa distância dos concorrentes ao governo. Já o vice está diretamente ligado ao cabeça de chapa.
Nesse caso, quando Lula da Silva viesse a Santa Catarina seria recebido por Décio Lima e Ciro por Boeira na condição de candidato ao Senado. Opção que parece quase impossível a esta altura do campeonato.
Possibilidade
Ocorre que as esquerdas tendem a se acertar vislumbrando a chance real de chegada ao segundo turno em Santa Catarina. Seria um feito inédito. Jamais o PT ou outra sigla assumidamente esquerdista chegou ao round final da eleição para governador.
Pulverização
Esta chance cresce em 2022 porque ao centro e à direita, há uma pulverização de nomes que só favorece a canhotada estadual.
Hepteto
São sete nomes fora da esquerda tradicional. Ainda não se sabe, obviamente, se todos vão até o fim. São os casos de Antídio Lunelli, que enfrenta forte oposição interna no MDB, e do senador Esperidião Amin, eterno ícone do PP-SC.
Arte>Revista Cult, divulgação