Dilma admite crise econômica
A Ponte de Laguna, inaugurada ontem, é uma antiga reivindicação dos catarinenses. Foi construída de maneira rápida pela magnitude, denotando eficiência em sua execução. Será fundamental para desafogar o trânsito e levar mais desenvolvimento para a região Sul do Estado. Também já se transformou no novo cartão-postal de SC. Tudo verdade.
E tudo viabilizado com dinheiro público, arrecadado por uma das maiores cargas tributárias do planeta. E mesmo com esta versão Século 21 da derrama, o país está em seríssimas dificuldades econômicas, políticas e morais Estas duas, a inquilina do Planalto finge não ver. Sobre a economia, ela reconheceu: “hoje, estamos passando por dificuldades econômicas, mas quero dizer pra vocês que tem gente que diante da dificuldade, desiste.”
A presidente, por ora, só admite a existência dos problemas na seara econômica. E usou a inauguração da Ponte Anita Garibaldi (o ufanismo, aliás, é um capítulo à parte) como a concretização da capacidade de reação do brasileiro, e do seu governo, claro.
A realidade é que ponte não significa reação a absolutamente nada. É uma obra necessária, um mínimo de retorno para uma população sacrificada pela sanha do poder público, onde emanam regalias, distorções, esquemas e desvios de toda a sorte.
Recado
Ao admitir a crise no bolso da população, a presidente emendou: “Tem gente que, diante da dificuldade, desiste.” Atenção, tucanos e aliados oposicionistas que defendem o impeachment. A petista manda avisar que não vai jogar a toalha. Até porque, a crise política, que ela sabe que existe, está sendo contornada mediante a concessão de cargos estratégicos, como a presidência da Eletrosul, agora à disposição de Djalma Berger (PMDB).
Será?
Raimundo Colombo presenteou a presidente da República ontem com uma estatueta de Anita Garibaldi, que dá nome à ponte inaugurada. O catarinense comparou a trajetória das duas!
Djalma no Conselho
O ex-prefeito de São José, Djalma Berger, já está apto a assumir a presidência da Eletrosul, a maior estatal federal do Sul do Brasil. Na manhã de ontem, o peemedebista foi admitido no Conselho de Administração da companhia, condição sine qua non para chegar à presidência.
Djalma na presidência
Nesta quinta-feira, 16, o conselho vai se reunir e sacramentar a indicação de Berger ao posto máximo da elétrica. O presidente licenciado do PT, Cláudio Vigantti, também será confirmado na diretoria de fnanceira.
Vai pescar
Márcio Zimmermann, que deixa a presidência, vai tirar férias. Não há nenhuma indicação concreta de que ele venha a ser aproveitado no governo que integrou por 13 anos. Se durante as férias não surgir nenhum aceno de Brasília, Zimmermann pode requerer a aposentadoria e cumprir quarentena. Até por que, não vão faltar convites da iniciativa privada.
Avaliando
Ex-prefeito de Rio do Sul e ex-deputado, Jailson Lima da Silva (PT) ainda alimenta a esperança de também assumir a diretoria de Operações da Eletrosul. Os petistas estão pedindo por ele também porque o PMDB pode ser seu destino caso ele fique ao relento.
Sombra
A ascensão de Djalma Berger (PMDB) à presidência da maior estatal federal do Sul do país pode se transformar em um problema para Adeliana Dal Pont (PSD), prefeita de São José. Ela derrotou o peemedebista, de forma brilhante, em 2012. Certamente ele e o irmão, Dário, vão atuar para tirá-la da prefeitura em 2016, seja lançando um candidato do grupo político, seja apoiando um nome que tenha condições de derrotá-la. Adeliana é candidatíssima à reeleição.
Vaias e aplausos
Na tenda montada para os discursos das autoridades durante a inauguração da Ponte de Laguna, havia uma claque bem ensaiada aplaudindo e ovacionando Dilma Rousseff. Do lado de fora, vaias, protestos e buzinaços.