Coluna do dia

Dirceu, o sonho e o pesadelo

Dirceu, o sonho e o pesadelo

Ontem, o Congresso Nacional voltou às atividades legislativas, depois de generoso período concedido aos parlamentares para atuarem “nas bases.” Tudo com dinheiro  público, claro. Dito isso, importante observar que os senhores congressistas voltaram ao Planalto Central com o país em um atoleiro.

Os petistas sonhavam que Dilma e sua equipe poderiam ter um refresco neste início de segundo semestre. Apostavam que a nova fase da Lava-Jato atingiria em cheio o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Em vez disso,  o partido e o governo assistiram ao emblemático José Dirceu, que já cumpria prisão domiciliar após um tempo no xilindró pelo envolvimento no mensalão, ser novamente conduzido à carceragem da PF em Brasília. Dali, foi transferido a Curitiba, o epicentro da Operação Lava-Jato. Depois de Lula da Silva, ninguém simboliza tanto o PT quanto ele. A fase é tão complicada, que até mesmo o menor dos sonhos petistas vira um pesadelo!

 

 

Vale-tudo

Além de construir o partido a quatro mãos ao lado do ex-presidente, Zé Dirceu era o sucessor natural do ex-metalúrgico na presidência da República. Não por acaso, ele foi sucedido na Casa Civil, em 2005, por Dilma Rousseff. Foi Dirceu quem articulou a chegada do PT ao poder, depois de três derrotas consecutivas (1989, 1993 e 1997). Combalidos, o PT e o governo ainda aguardam a ofensiva da Procuradoria-Geral da República sobre Eduardo Cunha, que pode ser denunciado a qualquer momento. Instituído o vale-tudo, a ordem do dia na Capital do país é salve-se quem puder.

 

 

Traque

Se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, realmente denunciar Eduardo Cunha – há muitas apostas neste sentido – a pauta-bomba que o presidente da Câmara armou fica enfraquecida.

 

 

Balcão

O Planalto também aposta na promessa de liberação de emendas parlamentares e na nomeação de cargos de segundo escalão, como o comando da Eletrosul, para evitar a aprovação de matérias que possam gerar mais despesas ao Executivo. A tentativa de evitar a reprovação das contas de Dilma em 2014 também entra nessa rubrica. No alforje, o governo reservou R$ 4,9 bilhões para as emendas.

 

 

Reparo

Na abertura da coluna de ontem, quando foi traçado um panorama sobre a possível reedição da aliança entre PSD e PMDB no Estado, faltou dizer, por uma falha de edição, que entre os nomes cotados para a composição está o do secretário estadual de Defesa Civil, Milton Hóbus.

 

 

Guarda-chuva

Durante a solenidade de posse da nova diretoria do Conselho Estadual de Educação, o professor Gerson Silveira, ex-presidente do colegiado e ex-reitor da Unisul, cometeu a ousadia de fazer uma sugestão a Raimundo Colombo. Para o docente, o governador deve usar a caneta para transferir o setor cultural do Estado, hoje sob o comando da Secretaria de Turismo, para a pasta da Educação. Silveira e a torcida do Flamengo consideram que a Cultura anda relegada a quinto plano em SC.

 

 

A bordo

O ministro dos Portos, Edinho Araújo, sobrevoou os portos de Itapoá, São Francisco do Sul, Portonave (Navegantes), Itajaí e Imbituba na manhã de ontem. O objetivo era conhecer a infraestrutura de cada um dos terminais. Pelo sim, pelo não, agora se sabe de que sobrevoo o titular dos portos é fera.

 

 

Ímpeto

Durante périplo pelo Oeste, o presidente da Assembleia, Gelson Merísio, lançou o deputado Maurício Eskudlark candidato a prefeito de São Miguel do Oeste. No dia seguinte, contudo, Eskudlark recorreu às emissoras de rádio da cidade para dizer que não é bem assim. O rumo político, garantiu o parlamentar, ainda não está definido. A derrapada é atribuída ao ímpeto de Merísio para fortalecer o PSD e seu próprio projeto majoritário em 2018.

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