Não é de hoje que o ex-presidente Jair Bolsonaro vem se manifestando publicamente no sentido de que a eleição mais importante para 2026, depois, evidentemente, da Presidência da República, é a do Senado.
Ano que vem, teremos, mais uma vez, renovação de dois terços na Câmara Alta. E pelo visto, a ficha caiu no Palácio do Planalto. O próprio presidente Lula tem se manifestado nessa direção.
Também porque a grande maioria dos senadores que lhe dão respaldo, não apenas do PT, como também do MDB, do PSD e por aí vai; a esmagadora maioria terá renovação de mandato. Ou seja, essa turma que está aí, se quiser permanecer, terá que enfrentar e vencer nas urnas. São 54 cadeiras em jogo. Apenas 27 dos atuais senadores permanece na Casa.
Tendência
A possibilidade da direita tomar conta da situação é muito grande. Basta ver em 2022, quando Bolsonaro foi derrotado por Lula, mas o PL elegeu a maior bancada. Os conservadores tomaram conta da Câmara. Só que em 2022 a renovação do Senado foi de apenas um terço.
Calafrios canhotos
Mas, agora com dois terços, as perspectivas são alentadoras aos conservadores. Estimuladas, ainda, pelo próprio resultado das urnas do ano passado, quando a vitória da direita foi esmagadora nos grandes conglomerados urbanos
Vale-tudo
Portanto, Lula da Silva tem dito, em conversas de bastidores, que não deseja priorizar a disputa pelos governos e que admite apoiar candidatos ao Senado em vários estados. Mesmo candidatos conservadores, mas que estejam, obviamente, respaldando o governo desde 2023, votando com Lula e o PT em estratégicas votações.
Adversários
Um exemplo é Alagoas, aonde Renan Calheiros busca um quinto mandato. Ele é do MDB.
Arthur Lira, que deixa a presidência da Câmara agora no final deste mês, também deve concorrer ao Senado. Ele está se aproximando do Palácio do Planalto. O deputado já foi muito ligado a Jair Bolsonaro, mas agora está se alinhando a Lula da Silva. Pode, inclusive, virar ministro de Estado.
Duas vagas
Vejam, dois rivais, dois inimigos entre si, Lira e Calheiros, poderão ser respaldados por Lula no mesmo Estado.
Janja da Silva
Essa é a pretensão do presidente, que a cada dia parece mais senil e fora do prumo. Resta saber como vão se comportar, especialmente Lira. Pois se Lula estiver caindo pelas tabelas em função da situação econômica do país, o ainda presidente da Câmara não desejará seu apoio, mas sim o de Bolsonaro. Então tem aí uma série de ingredientes a serem observados.
PT-SC
Mas, vamos trazer para Santa Catarina esse contexto. Décio Lima, presidente nacional do Sebrae, amigo e compadre de Lula da Silva, pretende disputar pela terceira vez consecutiva o governo do Estado. Esse é o projeto. Primeiro, naturalmente, ele vai ter que ter maioria no partido. Considerando-se o resultado das eleições municipais de 2024, há uma dúvida em torno disso.
Nossa vez
A corrente mais à esquerda do PT catarinense começa a colocar as manguinhas de fora e deseja tirar Décio da presidência do partido. E se isso ocorrer, é essa ala que vai pilotar as candidaturas majoritárias em 2026. Mas, enfim, são duas candidaturas ao Senado.
Espaço
Lá à frente, Décio pode não merecer o apoio dos correligionários que divergem da sua postura dentro do partido para candidatura ao governo, mas com duas vagas ao Senado, uma ficaria para ele, naturalmente.
Até porque esse seria um desejo a ser manifestado pelo próprio presidente da República, Lula da Silva.
Oxigenação
Então isso já mudaria um pouco a configuração do cenário eleitoral majoritário em 2026. Décio poderia vir a ser candidato ao Senado e o PT lançar um nome novo, dar uma oxigenada na cabeça de chapa.
Família
Inclusive, a revista Veja volta a especular também com relação a Carlos Bolsonaro, já que o pai dele deseja lançar todo o clã para disputar o Senado. Michele Bolsonaro, ex-primeira-dama, vai concorrer pelo Distrito Federal. Eduardo Bolsonaro poderia ir ao Senado por São Paulo.
Endereço
Flávio Bolsonaro tem tudo para buscar a reeleição no Rio. Carlos, vereador pela capital carioca, seria o nome para concorrer ao Senado ou por Goiás, ou por Santa Catarina.
Menos espaço
Se efetivamente isso ocorrer, e ele merecer o apoio de Bolsonaro, assim como Jorge Seif recebeu em 2022, isso mudaria também a composição da chapa a ser liderada por Jorginho Mello na busca da reeleição.
PP fora?
Bolsonaro pode botar o Carlos, o caçula, ao Senado, com quem? Com Carol De Toni, numa chapa pura do PL?
Daí a questão é saber como ficaria Esperidião Amin, ele que tem dado demonstrações de fidelidade na sua atuação ao Senado, especialmente nos últimos anos, em relação à Jair Bolsonaro.
foto>Ag. Senado, arquivo, divulgação