Como já era esperado, apesar do placar apertado (233 a favor e 209 contra), suas “Excelências”, os deputados federais, aprovaram o acinte chamado fundo público para financiamento das ricas campanhas eleitorais. Já em 2018.
Ontem, os parlamentares corriam contra o tempo para apreciar os destaques, concluindo os trâmites para possibilitar aos caciques partidários o acesso a cerca de R$ 2 bilhões no ano que vem. Dinheiro público. Dos impostos. Dinheiro do Orçamento da União. Isso que a Previdência está quebrada, as obras estruturantes paradas, a Saúde e a Segurança, um caos, etc e tal.
Pior do que tirar o dinheiro público da bolsa da viúva para fazer campanhas milionárias é o fato de o texto só prever o fundo. Não houve qualquer avanço no sentido de brecar, por exemplo, o caixa 2. E muito menos para baratear os nababescos custos exigidos atualmente para alguém se eleger. Não é necessário ser gênio para saber que, além da fonte oficial pública, o “por fora” vai continuar rolando solto. Estas duas frentes generosas de financiamento eleitoral têm ainda a companhia do fundo partidário, que chega a quase R$ 1 bilhão. Bolada anualmente à disposição dos eleitos. Uma vergonha. De Santa Catarina, registre-se, apenas dois parlamentares votaram a favor do Fundão: Décio Lima e Pedro Uczai, ambos do PT.
Contra o Fundão
Da bancada de 16 deputados federais catarinenses, 12 votaram contra a excrescência do fundo eleitoral público. Por ordem alfabética: Carmen Zanotto, Celso Maldaner, Esperidião Amin, Geovania de Sá, João Paulo Kleinübing, João Rodrigues, Jorge Boeira, Jorginho Mello, Mauro Mariani, Rogério Peninha Mendonça, Ronaldo Benedett e Valdir Colatto.
Ausências
Já os deputados Marco Tebaldi (convalescendo de delicada intervenção cirúrgica) e Cesar Souza não marcaram presença. Não votaram, portanto.
Cochilo
A lista dos deputados que votaram contra e a favor do Fundão só tornou-se pública por um cochilo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que perdeu o timing de uma questão regimental, obrigando as “Excelências” a votarem nominalmente. Antes da escorregada de Maia, o acordo previa votação simbólica, pela qual o distinto público só tomaria conhecimento do placar final. Ou seja, a turma a favor do acinte queria era ficar escondida nas chicanas regimentais. Acabaram desmascarados.
Alvará de alforria
Durante sessão ordinária realizada na tarde desta quarta-feira, 4 de outubro, os desembargadores do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acataram, por unanimidade (7 a 0), os argumentos da ação proposta pelo deputado estadual Natalino Lázare, que solicitava sua desfiliação do Partido da República (PR) por justa causa, em função de grave discriminação pessoal e política.
Mandato preservado
Pela decisão do relator, que foi acompanhado pelos outros seis magistrados, o parlamentar está legalmente autorizado a se desfiliar da legenda sem correr qualquer risco de perder o mandato. A partir da decisão do Tribunal, o deputado avaliará com serenidade para qual sigla partidária eventualmente irá se filiar.
Avaliando
Embora não confirme para qual legenda exatamente estuda se filiar, sabe-se que o parlamentar estará no grupo e no projeto político de Gelson Merisio, pré-candidato do PSD ao governo do Estado.