Manchete

Duplicação da BR-280 está praticamente parada, mostra análise da Fiesc

Entidade avaliou o trecho de 74 quilômetros que vai de São Francisco do Sul a Jaraguá do Sul. Falta de recurso é o principal entrave para terminar a obra contratada em 2014. Também foi analisado o segmento estadualizado, de 9,5 quilômetros, que compõe o Acesso de Jaraguá do Sul e Guaramirim à Rodovia BR-280/SC. Algumas obras foram contratadas, mas estão paralisadas ou aguardando ordem de serviço.
Estudo da FIESC sinaliza que obras do trecho entre os kms 36,7 e 40 da rodovia não foram iniciadas (Divulgação/ FIESC)

A duplicação da BR-280 no trecho de 74 quilômetros que vai de São Francisco do Sul a Jaraguá do Sul está praticamente parada, mostra análise da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que será divulgada nesta quarta-feira (26), durante reunião conjunta da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da entidade e do Conselho de Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense, na sede da ArcelorMittal, em São Francisco do Sul.

Uma outra análise da Federação avaliou os 9,5 quilômetros do trecho estadualizado que vai de Jaraguá a Guaramirim e constatou que neste segmento a duplicação está parada, assim como a execução de obras de arte especiais, como pontes, trevos, viadutos e passarelas. O trabalho foi realizado pelo engenheiro Ricardo Saporiti, que percorreu a rodovia em junho.

::: Clique aqui e veja os estudos completos. 

Na primeira etapa do estudo, foram consideradas as obras de duplicação. Concentrando o trecho que vai de São Francisco do Sul a Jaraguá do Sul, as obras foram divididas em três lotes, e foram contratadas em 2014 a um valor global de R$ 1 bilhão, a preços daquela época, incluídos os serviços de recuperação e restauração da pista existente e a construção de viadutos, passarelas e pontes. Porém, neste valor não estão contempladas as desapropriações pendentes: 600 áreas no lote 1.1, três áreas no lote 2.1 e 60 áreas no lote 2.2, que representam aproximadamente R$ 140 milhões. Também não estão contemplados os contratos de gerenciamento e supervisão das obras.

O trabalho revela ainda que não foram iniciados até o momento os serviços de terraplenagem, pavimentação e as construções das obras de arte especiais (18 viadutos), propriamente ditos, do lote 1.1, que vai de São Francisco do Sul até a interseção da BR-101, contratados em abril de 2018.

O lote 2.1, que vai da interseção da BR-101 ao acesso de Guaramirim e Jaraguá do Sul (km 50,74), teve o prazo contratual postergado para 2022, e está com aproximadamente 40% das obras e serviços executados. Neste lote estão programadas sete obras de arte especiais: dois viadutos, duas pontes, duas passarelas e travessia de oleoduto. O lote 2.2, que compreende o contorno rodoviário de Guaramirim e Jaraguá do Sul, está com aproximadamente 35% das obras globais executadas. Neste lote estão programadas 18 obras de arte especiais, sendo 16 viadutos e duas pontes.

A segunda parte da análise da FIESC considerou o trecho que foi estadualizado em 2015, e que liga o acesso de Jaraguá do Sul e Guaramirim à rodovia BR-280. Em relação a esse segmento, o estudo mostra que os projetos executivos de engenharia das obras de duplicação e melhoramentos foram contratados pela Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (AMVALI) e repassados ao governo do Estado e à Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). A execução de algumas obras foi contratada pela Secretaria, mas está paralisada ou aguardando ordem de serviço. A duplicação deste segmento da rodovia, considerada importante corredor viário para a região, tem previsão de investimentos de R$ 100 milhões.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destaca que o estudo da FIESC tem o objetivo de sensibilizar lideranças políticas para a execução dessas obras importantes para o desenvolvimento socioeconômico do estado. “Trata-se de um eixo rodoviário estratégico para o Planalto Norte e a região Nordeste do estado, responsável pelo escoamento das safras agrícolas e de produtos industrializados, especialmente destinadas ao litoral e portos catarinenses, sendo ainda o acesso principal ao Porto de São Francisco do Sul. É uma via que possui dinâmica atividade econômica no seu entorno, com cerca de 33 mil estabelecimentos, empregando 388,4 mil trabalhadores e com uma população de 1,2 milhão de pessoas”, explica Aguiar.

Sair da versão mobile