O PMDB marcou para a próxima terça-feira reunião com a bancada do Senado, destinada a avaliar a situação de Renan Calheiros. Entre os doutos senadores da legenda, a maioria enxerga que o notório colega já não tem mais condições de liderá-los. A gota d’água foi o pronunciamento do ex-líder da tropa de choque de Fernando Collor. Da tribuna, esta semana, ele desceu a borduna no correligionário Michel Temer, pedindo, entre outras coisas, sua renúncia.
De fato, Renan, que já teve que renunciar ao mandato em 2007 para não ficar inelegível, hoje lidera no máximo quatro senadores. A bancada do PMDB tem 22 excelências. Maravilha. Se o baile seguir nesta toada, o alagoano deve ser convidado a sair da liderança. Mas há uma grande incógnita que envolve Santa Catarina nesta história. Como vai se posicionar Dário Berger? Votará pela destituição de Renan? Ou não? O ex-prefeito e hoje integrante da Câmara Alta está em maus lençóis dentro do partido. Justamente porque não abriu seu voto na disputa entre o próprio Renan e o falecido Luiz Henrique da Silveira pelo comando do Senado, em fevereiro de 2015.
Língua grande
O linguarudo Ricardo Saud, diretor da holding que controla as empresas dos irmãos Batista, afirmou perante as autoridades que Renan indicou que a JBS repassasse R$ 1 milhão a Berger na campanha de 2014. A bolada de propina conseguida pelo representante das Alagoas seria de R$ 10 milhões. Montante que teria sido distribuído entre candidatos com chance de vencer o pleito daquele ano nos Estados e depois ajuda-lo a permanecer à frente do Senado e, consequentemente, do Congresso Nacional.
A grande dúvida
Agora até a figueira da Praça XV já sabe que LHS morreu duvidando que Dário tenha votado nele naquela disputa. Renan renovou seu mandato como presidente da Casa por 49 a 31 do falecido catarinense. E Dário, ao contrário de Paulo Bauer, não abriu seu voto. Votou rapidinho e depositou logo a cédula na urna. LHS morreu três meses depois.
Bônus
Não por acaso, muitos olhos estarão voltados à postura do único senador do PMDB de Santa Catarina na terça-feira. Até porque, ele também foi ajudado por Renan Calheiros a chegar à presidência da poderosa Comissão Mista de Orçamento do Congresso, considerada por muitos como um dos maiores balcões de negócios da República. A conferir!
Dia do fico
Aproveitando reunião da bancada estadual do PMDB para tratar da erva-mate esta semana, o deputado Antônio Aguiar relatou aos colegas problemas decorrentes de divergências com o PMDB em Canoinhas – que está pedindo sua expulsão do partido – mas ratificou que não pretende deixar o Manda Brasa.
Histórico
Aguiar se envolveu na eleição municipal de 2012, mas em 2014 não recebeu apoio do diretório local do partido. Em 2016, por consequência, preferiu não fazer campanha e o PMDB perdeu a prefeitura. Ele fez esse relato aos colegas deputados e disse que nunca admitiu deixar a sigla.
Maia presidente
É cada vez mais real a possibilidade de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, réu na Lava Jato, tornar-se presidente da República ante a iminente queda de Michel Temer.
Convergência
Os outros nomes cogitados até aqui enfrentam dificuldades, seja de trânsito, seja de atuação política ou mesmo de perfil pessoal. Maia, apesar dos pesares, representa um colegiado de 513 eleitores e recebeu votos até do PT e do PCdoB para substituir o notório Eduardo Cunha.