Amargando índice de popularidade abaixo dos dois dígitos, Michel Temer se segura na economia – escalou para a área uma verdadeira seleção nacional – e na caneta presidencial para manter a base “coesa”.
Segundo o Datafolha, instituto com inclinação ideológica esquerdista, a economia começa a trazer novas perspectivas para os entrevistados. Em dezembro, 41% achavam que o cenário iria piorar. Em abril de 2017, este índice passou para 31%. Ou seja, o pessimismo diminuiu. Também houve tímida melhora no percentual daqueles que avaliam que as finanças da nação vão melhorar: de 28% para 31%. No âmbito das economias pessoais, os indicadores da pesquisa também melhoraram(mais otimismo).
Maravilha. Mas o presidente sabe que não conseguirá grandes evoluções e a retomada dos empregos (a pior das pragas é um pai/mãe de família desempregado) se não entregar ao mercado as reformas trabalhista (aprovada na Câmara) e Previdenciária. Esta última precisa de 308 votos, pois mexe na Constituição.
Passa no RH
Para doutrinar a base no vácuo dos números do Datafolha que apontam que 71% de brasileiros são contra as alterações no sistema de aposentadoria, Temer demitiu a primeira leva de comissionados ligados a deputados que traíram o governo na semana passada, quando os parlamentares votaram em plenário o desengessamento da velha senhora chamada CLT.
Pressão
O Palácio do Planalto monitora cada passo dos deputados considerados “de risco”. Ontem, as previsões eram de que o governo vence a primeira etapa da guerra na Comissão Especial, onde se debate a reforma previdenciária, com mais que o dobro dos votos oposicionistas.
Calote
Deputado Ivan Valente, do PSOL paulista, diz que os números apresentados pelo governo na reforma previdenciária são “mentirosos” e “conta de banqueiros.” Também chamou a atual gestão de corrupta e disse que o verdadeiro rombo da previdência são os grandes caloteiros, a começa pelo Bradesco, que, segundo o deputado estaria devendo R$ 450 milhões ao sistema previdenciário. O partido de Valente apoiou a chapa Dilma/Temer e fazia parte do governo.
Maio
Temer e equipe não vão poupar esforços, em outras frentes inclusive (como a possibilidade de negociar com os sindicatos a permanência do desconto de um dia obrigatório) para aprovar a reforma da Previdência até o fim do mês.
Concessão
Está em curso uma articulação, que começa com o prefeito de Navegantes e com o presidente do InovAmfri, Paulo Bornhausen, e passa pelo governador e ministro o Moreira Franco, até chegar ao presidente, para incluir o Aeroporto de Navegantes no próximo pacote de concessões à iniciativa privada.
Defasagem
Até os mariscos do delta do Rio Itajaí-Açu sabem que a estrutura atual não está à altura da prosperidade econômica da região do Litoral Norte. Paulo Bornhausen, o piloto do InovAmfri, resume: “A Infraero já teve sua chance nos últimos 20 anos para resolver essa situação. Pouco fez”. Verdade. Na verdade, fez quase nada.
Anti-Lula
Prefeito de São Paulo, João Doria, recém-nascido para a política, tem encarnado como ninguém o papel do anti-Lula. Apareceu na frente de todos os seus correligionários, que estão há décadas na estrada, na pesquisa Datafolha para presidente da República. Se seria um bom mandatário para o país, aí já são outros quinhentos.