O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso perdeu uma bela oportunidade de ficar quieto. Na quinta-feira, ele divulgou, via Facebook, uma carta aos “eleitores-eleitoras”.
No texto, o grão-tucano ataca Jair Bolsonaro, a quem pinta como um personagem que prega o ódio (típico clichê esquerdófilo) e Fernando Haddad, que representa, segundo FHC, um líder-presidiário.
O guru do PSDB conclama os candidatos chamados de Centro, que, somados, tem algo em torno de 30% das intenções de voto, para que se unam, ainda nesta reta final da campanha de primeiro turno, para “deter a marcha da insensatez”. FHC também sugeriu “que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver”.
Marina Silva e Alvaro Dias reagiram de pronto. E ironizaram a manifestação de Fernando Henrique porque no fundo sabem que o tucano finge pedir que se unam em torno de Geraldo Alckmin. A verdade, contudo, indica que o ex-presidente quer abrir caminho para uma grande frente em torno de Haddad e contra Bolsonaro no segundo turno. Se tivesse ficado quieto, FHC contribuiria melhor em realidade tão delicada.