Presidente da Federação das Câmaras Portuguesas no Brasil, Nuno Rebelo de Sousa, apresentou panorama de oportunidades
Os investimentos em turismo e empreendedorismo aproximam Santa Catarina de Portugal. Essas vertentes de negócios são semelhantes entre o Estado brasileiro e o país europeu, afirmou o presidente da Federação das Câmaras Brasil-Portugal, Nuno Rebelo de Sousa. As oportunidades que os catarinenses podem aproveitar em Portugal foram apresentadas durante um jantar de negócios nessa quinta-feira (5), em Florianópolis. O evento foi promovido pela Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Portugal de Santa Catarina.
No auge da crise, entre os anos de 2014 e 2015, Portugal resolveu investir no fomento ao empreendedorismo de inovação e tecnologia. Hoje, Lisboa é o terceiro maior hub de tecnologia da Europa, atrás de Londres e Berlim. São pelo menos 3.500 startups. “Portugal está investindo muito no empreendedorismo. Há linhas de financiamento para startups. Só o governo tem um fundo de investimentos de 240 milhões de euros”, afirmou, reforçando que também há uma preocupação com a formação e qualificação da mão de obra. “Há um déficit de profissionais para as áreas da inovação. Outro programa do governo é o Tech Visa, que em três meses já atraiu mais de mil participantes. Desses, 90% são brasileiros”, disse Nuno.
Além da inovação, o turismo também ajuda a transformar Portugal. Desde 2011, o setor se reinventou. Conforme Nuno, são quatro pilares: gastronomia e bebidas; festivais de música; surfe e golfe. “O golfe faz muito sucesso na Europa, mas aqui é pouco aplicável. Os outros três setores são totalmente viáveis para Santa Catarina. Florianópolis pode ser um polo do turismo de festivais de música na América Latina, por exemplo. Ninguém desenvolveu essa competência até agora”, sugeriu. De 2010 para 2019, o fluxo de turistas em Portugal saltou de 10 milhões para 23 milhões por ano, mantendo uma projeção futura de crescimento em 10% ao ano.
Conforme Nuno, o avanço do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia permitirá o crescimento das exportações brasileiras. “O Brasil liderou essa negociação difícil, que agora depende da ratificação da União Europeia. É muito importante que a mídia brasileira ajude a passar estabilidade, para que nenhum problema de conjuntura possa afetar a opinião pública europeia e emperrar as definições”, analisou. Além do acordo comercial, as Câmaras Brasil-Portugal fazem o “trabalho de formiguinha”, promovendo a conexão entre os empresários interessados em fazer negócios entre os dois países.
O jantar de negócios foi considerado um sucesso pelo presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal em Santa Catarina, Jatyr Ranzolin Júnior. “Houve uma grande adesão ao evento, que permitiu a abertura de relacionamentos e prospecções de negócios”, afirmou Jatyr, que anunciou uma agenda de jantares bimestrais da Câmara catarinense ao longo de 2020.